O segundo dia da Feira e Congresso ABTA 2015 abriu espaço para o diálogo entre programadores e operadores, que falaram sobre como enfrentar o declínio em assinaturas que o mercado de TV por assinatura vem sofrendo sem, contudo, deixar cair a audiência no meio. Os convidados para o painel foram Alberto Pecegueiro, da Globosat, Fernando Medin, da Discovery, Rodrigo Marques, da Net, e Diego Guebel, da Band.
Assunto presente na maioria dos paineis do evento, o atual momento econômico do Brasil foi mencionado na discussão como desafio para o meio, mas não como o vilão responsável pela queda de assinaturas.
“É difícil dizer que é um ano ruim, porque não é bem assim para o nosso setor. Se comparado a anos anteriores, que se tinha muito otimismo e crescimento, é claro que sentimos essa diferença. Mas, mesmo diante da dificuldade, vemos a audiência crescer. Hoje já não se discute mais: a TV paga é um veículo de massa que tem cada dia mais audiência”, disse Medin. “De um modo muito otimista, gostaria de dizer que de fato a situação econômica não é boa, mas que isso não se alastre”, acrescentou.
Do lado dos operadores, Marques defende que um dos fatores que pode ajudar a aumentar a audiência do meio é investir em novas funcionalidades, algo que deve ser feito em parceria com os programadores. “Assim conseguiremos melhorar a experiência do consumidor”, disse.
Já para Pecegueiro, a audiência dos canais por assinatura aumenta na medida em que os assinantes constroem o hábito de assistir os conteúdos pagos. “TV aberta ou paga é uma questão de hábito. O que temos sentido nos últimos anos é que os brasileiros passaram a ter acesso a uma grade que não era comum e que não se absorve da noite para o dia. Apesar do mercado ter enxugado um pouco, a audiência ainda vai crescer este ano por que o hábito leva tempo e está sendo criado”, pontuou.