Roberto Eckersdorff e Octavio Fabbri, da Aunica, e Mark Rose e Marc Kiven, da BrightTag

 

 

O marketing digital no Brasil ganhou um importante reforço tecnológico esta semana. A Aunica anunciou uma parceria com a BrightTag e será a representante da empresa norte-americana, que oferece ferramentas de gestão de tags capazes de otimizar a prospecção de clientes e a agilidade dos sites ao fornecer conteúdo segmentado de acordo com o perfil dos seus usuários.

O sistema de gestão trabalha com a programação das páginas na web. Cada uma tem códigos específicos para medir o número de acessos, monitorar a performance de determinado anúncio e otimizar os resultados de busca, por exemplo – pequenos pedaços que fazem parte de um código maior. O problema é que se houver necessidade de alterar esse código, será preciso acionar a equipe de tecnologia da informação e aguardar as mudanças, o que pode levar semanas e até meses.

O conceito básico da ferramenta da BrightTag é reunir todos esses códigos em uma única interface administrada pelo próprio gerente da página, facilitando o acesso e eliminando a necessidade de serviços técnicos quando alguma alteração for necessária. “O dono do site pode administrar todo o processo de um só lugar. A ferramenta permite que esses códigos sejam melhor posicionados, otimizando o trabalho do programa de navegação na internet ao fornecer informações ao usuário mais rapidamente”, explica Marc Kiven, fundador da empresa norte-americana.

A ferramenta da BrightTag seria o smartphone dos sistemas de dados digitais, conforme denomina Roberto Eckersdorff, CEO da Aunica. Trata-se de uma plataforma que reúne todas as necessidades e funcionalidades no mesmo lugar. “O conceito é o mesmo. Antes, a pessoa precisava andar com uma câmera, uma calculadora, um telefone, uma agenda, um bloco de notas. Agora está tudo em um único dispositivo”. Todo o gerenciamento pode ser feito por um funcionário da própria empresa, sem a necessidade de intermediários. “O cliente pode definir diferentes acessos e diferentes funcionalidades para cada usuário. É como uma conta empresarial, onde o administrador define quem pode fazer o que, em que escala e com qual funcionalidade”, completa.

De acordo com Mark Rose, vice-presidente de negócios da BrightTag, o engajamento com o consumidor melhora quando o sistema atua de forma ágil como um todo. “Imagine que toda vez que um novo vendedor quisesse trabalhar com sua empresa, você tivesse de esperar um tempo para que o código do seu site fosse aberto e todas as mudanças fossem feitas. Com as ferramentas, você pode fazer isso em poucos cliques e até fazer testes sem esperar que uma equipe técnica faça o serviço. Se você mexe manualmente nos códigos e espera muito tempo para obter seus resultados, não é nada digital”, avalia.

A única ferramenta do tipo disponível atualmente no Brasil é o Google Tag Manager, fornecido gratuitamente pela gigante de tecnologia. O serviço, porém, não atende às novas necessidades das companhias interessadas em aprimorar seu marketing digital, segundo Octávio Fabbri, head de publisher e inovação da Aunica. “As empresas sabem do valor estratégico desses dados e estão preocupadas em conhecer como eles serão usados, compartilhados e armazenados. Há um ditado que diz que, na internet, quando algo é gratuito, significa que você é o produto”, afirma. Kiven reforça o argumento. “Não ter custo parece um benefício, mas no final das contas os clientes veem que os dados são muito básicos e não são armazenados e organizados de acordo com o que a empresa precisa. Não é um sistema viável para o nível de empreendimento global”.

Kiven também revelou que a BrightTag tinha o Brasil como uma das principais metas de expansão de negócios, uma vez que “há muito espaço para o crescimento digital no país”, reforçou. Agora com a Aunica como sua representante nacional, a empresa, que já foi procurada por uma grande rede de e-commerce brasileira interessada na ferramenta, quer estabelecer as bases para que essa tecnologia torne-se o padrão em dois ou três anos. “O nosso diferencial é aquilo que vem à frente das tags, ou seja, a integração dos dados de diversas origens e a disponibilização deles em tempo real para qualquer outra fonte ou para o uso dentro do cliente. Essa é a revolução que estamos vivendo no mercado global e que estamos trazendo ao Brasil”, conclui Eckersdorff.