Empoderar pequenos e médios anunciantes para que criem suas próprias campanhas e comprem espaços publicitários na TV é uma forma de contribuir com o ecossistema de comunicação como um todo. Essa é o argumento de Eduardo Schaeffer, diretor de negócios integrados em publicidade da Globo.
A emissora apresentou ao mercado nesta semana a plataforma SIM, em que empresas de pequeno e médio porte conseguem criar seus próprios comerciais com apoio de templates pré-prontos, além de comprar inserções de propaganda na programação e fazer o pagamento direto na plataforma via digital. A solução, no entanto, elimina intermediários, como agências de propaganda e produtoras, podendo gerar impactos diretos na cadeia de publicidade.
O PROPMARK questionou a emissora a respeito desse modelo de negócios e possíveis reflexos ao mercado, como chamou atenção Marcelo Bernardes, CEO da Purple Cow, em artigo que questiona principalmente, o recurso de modelos pré-prontos de filmes.
Na opinião de Schaeffer, a nova solução é positiva a medida que ao criar “apetite” para a compra de mídia, esses anunciantes vão querer sofisticar sua comunicação, buscando fornecedores que contribuam com essas entregas. “O que a gente está fazendo é criar insumo para gerar um grupo de anunciantes novos e que poderão ser abordados pelas agências locais, produtoras locais, e assim comecem a fazer um trabalho mais sofisticado”.
Ainda segundo o executivo, é papel “obrigatório” da Globo enquanto MediaTech disponibilizar ferramentas para ajudar o ecossistema a achar caminhos para trazer novos anunciantes para o meio TV e digital. A ideia é que eles tenham experimentação de mídia que traga igualmente resultados, além da convencional compra de link patrocinado ou de banners.
“Ainda que seja com um modelo simples da ferramenta, conseguimos criar escala com esses anúncios. As empresas vão conseguir se diferenciar das demais que não estão fazendo publicidade. Isso vai fazer com que as concorrentes fiquem motivadas a vir para esse mundo também, e assim criamos uma competição saudável, que, na nossa visão, é o princípio de qualquer frente interessada em gerar valor para o sistema: ver se todos os envolvidos no negócio estão ganhando. Neste caso, todos estão”.
Ainda em fase beta, a ferramenta disponibilizará em breve outros recursos para a participação mais direta de agências e produtoras. Entre elas, a possibilidade de o anunciante usar um filme pronto já produzido por sua agência, ao invés de utilizar os modelos pré-prontos disponíveis.
Para Sergio Valente, diretor de comunicação e marca da Globo, na essência, a plataforma é inclusiva. “Ela está estruturada para dar uma provinha do que significa anunciar para milhões de pessoas. A medida que o anunciante cresce, ele vai precisar de uma agência. Nada substitui o talento de ter uma campanha criada de forma personalizada. É um circulo virtuoso, é um gatilho para o crescimento do mercado”.