Leia-se navegantes no título deste editorial como anunciantes. Mais de uma vez, temos apelado e registrado ao mercado do mais importante setor da economia brasileira, que não só não pare ou diminua a intensidade das suas veiculações de mensagens publicitárias, como aumente a intensidade, agora que o consumidor volta a se fortalecer, com o fim da pandemia em nosso país (principalmente em São Paulo, estado economicamente mais forte da federação), porque a atividade publicitária é a mola propulsora do progresso econômico.

Esse fato vale não apenas para o Brasil, como para todo o planeta, com raríssimas exceções. Os países mais desenvolvidos são aqueles que coincidentemente anunciam mais.

Esse processo não se presta apenas para vender produtos ou serviços, por todas as vias de comunicação hoje existentes, aqui registrado o fenômeno da web que, atrás somente da televisão, supera a soma de todos os tipos de meios, principalmente por concorrer com estes a custos menores, como também pela rapidez com que as mensagens publicitárias para os mesmos são criadas e veiculadas sem mais delongas.

Voltando ao início deste editorial, é nossa obrigação lembrar aos anunciantes que as grandes e graves crises político-econômicas ocorridas em nosso país foram amenizadas porque o mercado anunciante percebeu que anunciando mais, a mídia mais e mais se fortalecia e mais e mais contribuía para pôr fim a essas crises geralmente de origem política, mas que acabavam por afetar, como seria natural de se esperar, toda a economia do país.

Na grande crise de 1964, tivemos a demonstração de como a demora em se resolvê-la prejudicou sensivelmente o movimento econômico brasileiro, como também acabou por anabolizá-lo, com a compreensão pelas chamadas classes produtoras do país, que o fogo da batalha política que se travava, com os militares tomando conta do poder, poderia ser diminuído com o mercado em geral voltando à sua normalidade.

E isso somente foi conseguido graças a uma união de esforços dos anunciantes, que resolveram se esforçar para que suas verbas destinadas à comunicação publicitária dos seus produtos e serviços fossem aumentadas e proporcionassem ao grande público brasileiro, com reflexos no exterior, que estávamos voltando à normalidade econômica, mãe de todas as demais atividades em análise de valor, porque é a grande propulsora e isso tem ocorrido através dos tempos, do avanço da economia, aumento da oferta de empregos e, consequentemente, aumento do consumo, um dos grandes e quiçá o principal combatente das crises políticas que abalam as nações, o que ocorria com maior frequência no decorrer do século passado e tem ocorrido, embora com menor intensidade, neste século que atravessamos.

A atividade publicitária, além do interesse econômico que desperta nos seus agentes, tem o condão de informar e mudar o foco das atenções de grande parte da população, fenômeno que ocorre com mais intensidade em nosso país, onde a atenção do povo voltada para as mensagens econômicas é superior à da maioria dos demais países do planeta.

Este jornal, que há mais de meio século circula de forma ininterrupta, não apenas contando a história do dia a dia da comunicação publicitária brasileira, hoje extensiva a todas as demais atividades ligadas ao marketing, não para de batalhar em prol dessa necessidade de se anunciar, não apenas para vender o que é exposto nas mensagens publicitárias, mas também estimulando uma prática de paz que é própria dos mercados onde se trabalha e consome, com a ajuda, muitas vezes até imperceptível, de todo o hoje extenso ferramental da hoje chamada comunicação publicitária, muito mais avançada tecnicamente do que já foi em todos os tempos da História.

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NOVEMBRO AZUL
Matéria de capa desta edição aborda a comunicação das marcas no Novembro Azul, que completa uma década de campanha de incentivo à prevenção do câncer de próstata, mas que pouco mudou no preconceito contra o exame de toque. Diversas campanhas têm procurado mudar essa realidade, mas estatísticas demonstram que não tem sido uma tarefa fácil. O estudo ‘Um novo olhar para a saúde do homem’, do Instituto Lado a Lado pela Vida, aponta que quase 40% deles com até 39 anos só vão ao médico quando se sentem mal.

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CONSCIÊNCIA NEGRA
No próximo sábado (20), o Brasil celebra o Dia da Consciência Negra. Dados do Locomotiva mostram que são 112 milhões de consumidores negros no país. Inclusão é mais do que necessária. Para celebrar a data, o Bradesco lança o documentário Bravoz – Encontros Bradesco de Vozes Brasileiras.

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OOH
Nova agência especializada em OOH, a Streetwise, dos sócios Daniel Simões (ex-Eletromidia), Paul Heath (ex-WPP) e Rodrigo Famelli (ex-Africa), aposta suas fichas no crescimento da mídia out of home com a volta dos eventos presenciais e das pessoas para as ruas. Atualmente com 7,5% de share publicitário, a expectativa é que o OOH deve alcançar em 2022 patamares pré-pandemia, quando chegou a 11% de participação.

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LIVRO
Diversidade e inclusão estão na mira dos anunciantes. Será lançado no próximo dia 23 o livro Reflexões – Diversidade & Inclusão, assinado conjuntamente por Nelcina Tropardi e Sandra Martinelli, respectivamente presidente e presidente-executiva da ABA (Associação Brasileira de Anunciantes).