A Axe, da Unilever, foi uma das primeiras a investir em games high-end via browser, pioneira em ações de guerrilha na América Latina, e ainda teve o primeiro filme do mundo feito em 360° para a marca. E agora, diante de um momento em que a empresa passa por uma grande transformação assumindo uma identidade mais sofisticada, o desafio é ainda maior.
Pensando nisso, a empresa lançou “Romeo Reboot”, quatro curtas-metragens sobre “Romeus contemporâneos”, identificados a partir de uma pesquisa desenvolvida junto à produtora Box 1824, com o objetivo de entender o comportamento, os desejos e anseios do novo homem brasileiro.
O resultado foi uma nova leitura do personagem masculino mais importante da literatura mundial, em filmes escritos e dirigidos por renomados cineastas e diretores brasileiros, como Felipe Braga, Daniel Rezende, Rafael Grampá, Alex Gabassi e Manuel Nogueira.
“Este projeto indica como imaginamos que as marcas devam trabalhar em um futuro próximo, onde cada pessoa terá um conteúdo de acordo com os seus interesses”, diz Nathalie Honda, gerente de Axe.
O produtor-executivo do projeto é Fernando Loureiro, que trabalha na indústria cinematográfica há mais de dez anos entre Hollywood e Londres, já tendo produzido filmes como o aclamado “Frances Ha”.
Para a divulgação de “Romeo Reboot” foram criados 100 mil trailers diferentes, cada um ativado por mídia programática e customizado para perfis e identidades diferentes de consumidor. E, para tornar isso possível, a CuboCC desenvolveu uma ferramenta de storytelling, criada e hospedada em cinco servidores diferentes da Amazon, que consegue criar 43 mil vídeos únicos por dia.
“A ferramenta é um software que cria uma estrutura narrativa, pega cenas dos quatro filmes e as distribui nessa estrutura de um jeito diferente a cada vez, balanceando a predominância de cenas de um ou outro filme de acordo com os interesses e o comportamento de navegação de vários perfis diferentes de consumidor”, explica o diretor criativo de “Romeo Reboot”, Roberto Martini, que também é fundador, CEO e CCO da Cubo.
METODOLOGIA
Ferramentas de mídia programática vão analisar o comportamento digital dos usuários para descobrir uma teia complexa de interesses e identificar padrões. Se um usuário tem uma persona mais artística, por exemplo, a ferramenta de storytelling vai automaticamente escolher um trailer com uma seleção de cenas mais “artsy” e renderizá-lo com a trilha do filme que se encaixa melhor nesse perfil.
A estrutura narrativa de todos os trailers tem, no total, 58 “caixas” divididas em clusters narrativos – cada uma a ser preenchida com uma cena. Mas também há cenas permanentes em todos os trailers, como cartelas de lettering. São 232 cenas disponíveis para cada estrutura de 58 “caixas”. O resultado: análises combinatórias praticamente infinitas, que ultrapassam septilhões de possibilidades.
O projeto será lançado com um número próximo de 100 mil trailers, mas a equação poderia ser muito maior: em um ano, por exemplo, seria possível entregar mais de 15 milhões de trailers únicos.