Uma nova opção de pagamento instantâneo aparecerá nos aplicativos de bancos, fintechs, instituições financeiras e empresas de pagamento a partir do dia 16 de novembro. Criado pelo Banco Central, o Pix puxa a evolução de um setor transformado há anos por inovações capitaneadas pelo mundo digital. A plataforma, que aceita QR Code, faz pagamentos e transferências durante 24 horas, promovendo inclusão financeira, redução dos custos de transação e papel-moeda. Alternativa à TED e ao DOC, o Pix acirra a disputa do setor agitando a comunicação das marcas pela preferência dos clientes.
Em agosto, o Santander foi à mídia com a atriz Ana Paula Arósio para lançar o SX e incentivar o cadastro das chaves, que identificam o usuário no Pix de acordo com a instituição no qual ele possui uma conta. Novamente no ar, desta vez com Ana Paula Padrão, o banco anuncia o sorteio de R$ 1 milhão para convencer as pessoas a escolherem o Pix do Santander. A oferta para pessoa jurídica também ganha força por meio de um projeto com o Facebook. “Os nossos clientes ganham o dobro do que gastarem em anúncio no Facebook e Instagram”, revela Igor Puga, diretor de marketing do Santander Brasil, que tem cerca de 1,6 milhão de chaves.
Segundo o Banco Central, o campeão de cadastros é o Nubank, dono de oito milhões de chaves, do total de 33,7 milhões inscritas até o dia 14 de outubro. “Acreditamos no potencial do Pix para trazer mudanças positivas”, pontua Cristina Junqueira, cofundadora da fintech, que criou o portal Central Pix e a promoção “Tem WOW Nesse Pix”. Quem cadastrar uma chave entre outubro e dezembro concorre a prêmios que podem chegar a R$ 50 mil. Blog e redes sociais também trazem conteúdo explicativo.
No Itaú Unibanco, as vantagens do Pix estão em uma estratégia da Africa. Com filme na TV e mídia digital, a ação resgata a figura do vendedor de cachorros-quentes, usada nos anos 2000. “Para 2021, o Pix continuará relevante dentro da nossa estratégia de marketing”, garante Guilhermo Bressane, diretor de marketing negócios do Itaú Unibanco, que soma cerca de 1,7 milhão de chaves.
Já o Banco Original usou a inteligência artificial para se diferenciar. “Mais 1,3 milhão de clientes interagiram com o nosso bot”, conta Luis Aniceto, superintendente executivo de estratégia, marca e pessoas do Banco Original, que tem cerca de 500 mil cadastros. O trabalho educativo iniciado em agosto inclui campanha da Heads, conteúdo para mídias sociais, ações no portal, treinamentos internos, entre outros.
“O sucesso da comunicação passa por informações didáticas, simplificando um tema complexo para o público”, adverte Aniceto. O professor do curso de Mestrado Profissional em Comportamento do Consumidor da ESPM, Fábio Mariano Borges, concorda: “Informação e credibilidade são essenciais para esclarecer a relação do Pix com as instituições financeiras”.
O head de produtos e pessoa física do C6 Bank, Maxnaun Gutierrez, alerta para o uso do QR Code. “A adoção desse código será importante para o sucesso ou não do Pix”, pondera o executivo do C6, que divulga material explicativo nas redes sociais. Analistas atentam ainda para os desafios ligados à possível extinção das tradicionais TEDs e DOCs. “O Pix pode canibalizar produtos”, sinaliza Marcelo Cambria, coordenador de pós-graduação da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap). Segundo o especialista em investimentos, há alguns estudos em curso, mas o impacto só será conhecido depois que o Pix estiver em operação.