A morte do príncipe Philip, ocorrida na última sexta-feira (9), tomou conta da mídia mundial e, sobretudo, dos veículos britânicos. No entanto, ao contrário do que poderia se imaginar, a BBC foi alvo de críticas pela extensa programação. As reclamações bateram recorde na história da TV do país.

Até ontem (12), foram pelo menos 110.994 pessoas que reclamaram da decisão da BBC de focar toda a sua programação na morte do príncipe Philip. Os espectadores se queixaram da substituição de seus programas favoritos, como MasterChef e EastEnders.

Espectadores se queixaram do espaço dado à morte do marido da rainha Elizabeth (Reprodução/ BBC)

“A cobertura deste evento ocupou toda a transmissão da noite, com a exclusão de todos os outros tópicos, incluindo o da pandemia. Alguma cobertura seria justificada, mas não nesta extensão”, escreveu um espectador.

“Foi uma notícia triste que o príncipe Philip tenha morrido e eu entendo que a BBC deva noticiar o fato. Mas em todos os canais? Por que não colocá-lo em apenas um dos canais para aqueles que querem ouvir aquela baboseira? Assim o resto de nós poderia ter tido um pouco de música”, reclamou.

Toda a programação do canal britânico mudou e ficou dedicada à morte do marido da rainha Elizabeth. Resultado: queda da audiência.

Nos três primeiros dias depois da morte do príncipe, foram mais de 550 páginas impressas e um grande volume de encartes especiais dedicado a Philip. 

O The Guardian teve acesso ao registro interno de reclamações da BBC e revelou que o feedback negativo dos espectadores atingiu níveis sem precedentes. O jornal avalia que o recorde anterior de reclamações da BBC seja de 63 mil objeções à decisão de 2005 de transmitir Jerry Springer: The Opera, devido à reação de grupos cristãos.