Documentário lançado nesta segunda (17) mostra o trabalho do Grupo Ruas e Praças

 

Recife vai receber cinco jogos da Copa do Mundo 2014 e se prepara para fazer festa durante o torneio. Mas a alegria que move a cidade não está só em quem vai de fato participar do Mundial – está presente também nos sonhos e anseios das milhares de crianças de rua que habitam a capital pernambucana e que estão expostas à violência e às drogas.

Mostrar esse outro lado da história foi a missão do francês Nicolas Jayr, da BBH London, que atuou como produtor-executivo ao lado do diretor dinamarquês Klaus Thymann, da também britânica Great Gun, em um projeto que deu origem à campanha “#temvidanasruas”. A dupla filmou um documentário que será lançado na internet nesta segunda-feira (17), mostrando o trabalho do Grupo Ruas e Praças, ONG que ajuda moradores de rua em Recife por meio de projetos culturais e artísticos.

O programa do qual fazem parte é o T.I.E. (The International Exchange), que coloca profissionais da comunicação em contato com ONGs e instituições sem fins lucrativos para o desenvolvimento de estratégias e campanhas. Além da BBH, integram o projeto agências como Grey, JWT, Wieden+Kennedy e Ogilvy. No Brasil, Jayr e Thymann receberam o apoio da Melhor Comunicação, uma agência local.

“A estratégia da campanha é fazer as pessoas do Brasil e do mundo olharem para as crianças de uma maneira diferente, que elas tenham uma visão do problema social e de que é preciso soluções. Queremos mostrar o trabalho da ONG e os sonhos e as alegrias dessas crianças. Aqui nasceu o conceito ‘Tem vida nas ruas’”, explica Jayr, que passou trinta dias ao lado do Grupo Ruas e Praças.

O T.I.E. tem quatro anos de vida e levou iniciativas a vários países emergentes, mas é a primeira vez, segundo Jayr, que um projeto dá origem a uma campanha completa. Além do documentário, que será divulgado no site do Ruas e Praças e nas redes sociais, foram desenvolvidas imagens ressaltando o trabalho da ONG que ilustrarão outdoors a serem instalados na cidade após o Carnaval. A ideia é chamar atenção para a questão aproveitando a proximidade do Mundial.

“Com a Copa do Mundo, todos vão falar do Brasil. É importante mostrar esse lado das crianças de rua, mas de uma forma positiva, para que as pessoas do mundo inteiro vejam o que acontece e possam apoiar”, afirma o produtor. “Uma das coisas que teve um impacto grande para mim é o fato de que todas as crianças que utilizamos no filme agora estão junto da ONG. Nas semanas que passei em Recife, conheci algumas delas enquanto estavam na rua usando drogas, sem tomar banho. Com a ONG, chegamos até elas e as colocamos no filme para falarem sobre seus sonhos, e isso é algo muito forte. É muito bonito o trabalho do grupo”, finaliza.