Você sabe o que é um behavior designer? Pouco difundida no Brasil, a nomenclatura é dada a especialistas em comportamento humano e que trabalham para auxiliar nos vários processos dentro de uma organização. Paulo Crepaldi, fundador da ING – uma consultoria especializada em neuromarketing e storytelling –, vem divulgando esse conceito no país com a certeza de que as marcas precisam contar mais histórias verdadeiras. “O principal ponto do storytelling é: fale a verdade. Depois, a empresa pensa no resto”, diz Crepaldi.
Uma das últimas tendências da propaganda, o storytelling realmente vem passando por uma prova de fogo. A recente polêmica envolvendo as marcas sucos Do Bem e Diletto, que tiveram suas histórias contestadas e foram alvos de processos do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), mostrou que muito mais importante do que contar histórias envolventes para criar empatia com o público é contar histórias verdadeiras.
Crepaldi lembra que hoje em dia é impossível fugir do “carma virtual”. “Tudo que uma marca ou uma pessoa publica na internet e, principalmente, nas redes sociais, volta para ela. Está tudo registrado ali”, ressalta.
Segundo ele, o propósito da ING se baseia nos dois grandes pensamentos do marketing moderno e pretende ser uma espécie de “educação continuada” para seus clientes. “Quero ajudar os clientes a criar um briefing para uma agência, por exemplo. Muitas vezes as empresas esquecem de um princípio básico, que é buscar a realidade, contar uma história que existe”, cita ele.
De acordo com Crepaldi, o behavior designer ajuda na gestão de pessoas em uma organização, no posicionamento de um produto, marca ou serviço com metodologias como a neuropesquisa e psicologia gerencial. “O ‘behavior’ significa que ajudamos a coordenar as respostas de indivíduos ou grupos a estímulos externos, e o ‘designer’ porque especificamos as propriedades de um objeto. No meu caso, esse objeto pode ser a comunicação de uma marca, produto, serviço ou gestão de pessoas. Minha experiência de mais de sete anos nas duas áreas (treinamento e desenvolvimento e inteligência de mercado) me auxiliaram a desenvolver grandes cases nos mais diversos segmentos da indústria”, explica.
O executivo destaca que grandes empresas estão muito focadas em entender o que é real para o consumidor. “Para mim, o mais importante é o propósito de valor não ser baseado no serviço, no produto, mas no que as pessoas vão conhecer e no que a empresa vai agregar de valor”, sugere Crepaldi.