A 30ª Bienal de São Paulo terá algumas reformulações em relação às edições anteriores. A mostra de 2012, que ocorrerá de 7 de setembro a 9 de dezembro no MAM (Museu de Arte Moderna), em São Paulo, tem como tema a “Iminência poética” e aposta no conceito das constelações. O evento, que ainda busca patrocinadores após apresentar problemas com a captação de recursos por meio da Lei Rouanet, também reformulou sua comunicação.
De acordo com o novo curador de comunicação da Bienal, André Stolarski, a identidade da mostra deixou de ser autoral para, na 30ª edição, se tornar um “apoio criativo” às obras. O design e a arquitetura do evento – que também têm forte inspiração no conceito de constelações – não são mais desenvolvidos por apenas um profissional, mas sim uma equipe. Esta foi montada com base em um “workshop de identidade”, o #id30bienal. “O que saiu do workshop foram diretrizes para duas propostas. É muito mais uma plataforma de comunicação que propõe a experimentação do que uma identidade visual”, afirma Stolarski. Foram criados 30 cartazes diferentes para a mostra, todos seguindo um mesmo conceito sob interpretações diferentes.
Para esta edição, serão exibidos trabalhos de 97 artistas, sendo apenas 23 destes brasileiros. 60% das obras serão novas e, de acordo com o curador Luis Pérez-Oramas, “o foco são as obras inéditas”. O espaço físico que abrigará a exposição, “a Bienal da percepção e da experiência”, segundo o venezuelano, será dividido em quatro zonas curatoriais (Sobrevivências, Alterformas, Derivas e Vozes) e uma zona transversal (Reverso). A entrada ainda será gratuita.
Problemas
No início deste ano, as contas da Fundação Bienal foram bloqueadas. Segundo comunicado do Ministério da Cultura (Minc), a fundação está inadimplente junto à União. Por isso, não pôde captar recursos via Lei Rouanet. Além disso, a mostra desta temporada não será no tradicional pavilhão do Ibirapuera, mas sim no MAM. O curador Luis Pérez-Oramas não quis comentar a questão fiscal, mas o presidente da Fundação Bienal, Heitor Martins, assegurou que o bloqueio de contas foi superado e que a largada para a 30ª Bienal de São Paulo foi dada.
“Brecha” na captação
Mesmo com orçamento inferior às outras edições, de R$ 29 milhões segundo Martins, a 30ª Bienal de São Paulo ainda não conseguiu captar a verba que necessita por meio de patrocínios. “Um aspecto que foi prejudicado foi a captação de recursos do orçamento direto, de R$ 21 milhões”, diz Martins. De acordo com o executivo, em 2011 já haviam sido conquistados R$ 11 milhões e já havia alguns contatos – estes que foram interrompidos devido ao bloqueio de contas – que totalizariam de R$ 6 a R$ 7 milhões. Caso confirmadas todas as negociações anteriores, ainda haverá uma “brecha” de R$ 4 milhões a ser buscada.
Lado estudantil
A 30ª Bienal tem como meta atingir 200 mil estudantes e dois mil professores. Segundo Stela Barbieri, curadora educacional da Bienal, o lado educativo responde por 60% dos consumidores da Bienal, que fez até um material de apoio aos estudantes. A verba destinada a esta vertente é de R$ 4 milhões.