Como ser “marqueteiro” é para os fortes, novos desafios surgem a todo o momento, principalmente a parte digital que tanto povoou as reuniões e exigiu nossa defesa. Agora nossos problemas acabaram. Chega até nós o Blockchain!
Criado em 2008 para dar maior segurança as transações digitais, parece algo super complexo, e sabemos que a frase “O que é blockchain?” está em alta nos buscadores, então: O que é Blockchain? A tecnologia é bem simples: as informações são armazenadas em blocos de dados, cada bloco contém uma espécie de assinatura digital chamada hash — que funciona basicamente como uma impressão biométrica. Hash é a garantia criptográfica de que as informações desse bloco de dados não foram violadas. Quando um novo bloco é criado, além de ter uma hash própria, carrega a hash do bloco anterior. Por isso o nome: Blockchain. E, por isso é tão seguro para transações. Tudo é gravado em leadgers (um tipo de livro-registro) onde pode ser consultado, pois as informações de quem e o que fez, estão lá abertas.
Tudo isso não está centralizado em um único lugar, e é por essa razão de ser tão seguro, cada rede conta com um grupo de máquinas (computadores ou smartphones) independentes de qualquer lugar, basta estar conectado à internet.
Apesar de acharmos que sua utilização é somente para criptomoedas, o seu uso começa a se diversificar e ser utilizado entre hospitais e operadoras de saúde, tendo um melhor controle e gestão do que os beneficiários estão utilizando; outras finalidades do blockchain são para a validação de documentos – contratos, vendas de imóveis, troca de ações… A tecnologia pode ser usada como forma inovadora nas empresas que não são do mercado de financeiro de criptomoedas.
Segundo um artigo da Forbes de fevereiro de 2018, este é o ano em que o Blockchain está pronto para mudar drasticamente uma ampla gama de indústrias existentes. A tecnologia resolverá muitos problemas do nosso setor – diminuirá fraudes e custos, enquanto aumenta o respaldo nas ações de profissionais comprometidos com a qualidade.
Mas, qual o impacto e como utilizar a favor do marketing?
Como o blockchain é um sistema descentralizado, os dados armazenados dessa maneira possuem um alto nível de segurança. Essa tecnologia vai reformular a indústria de publicidade on-line, porque negará a necessidade de intermediários. Atualmente, as empresas veiculam anúncios no Google ou no Facebook, e ambas as plataformas ganham dinheiro com esses anúncios, trazendo o comportamento e dados cada vez mais afinadas do usuário/consumidor final. Claro que ambas empresas não deixaram de existir, mas ajudará as marcas a construir confiança dos consumidores. O blockchain chega como uma arma para a privacidade, dando aos usuários total controle sobre seus dados. A tecnologia vem para proteger e dar privacidade as informações.
Mas espera, isso é ruim para as empresas! Não, pois é possível fazer uma ponte direta entre o consumidor e a empresa, pulando a etapa do anúncio, que é a finalidade da tecnologia blockchain: eliminar processos e intermediários.
Quando os usuários realizam uma pesquisa, eles podem selecionar a quantidade de dados que desejam liberar para os anunciantes. Então, diferentemente do que acontece com outros serviços de marketing digital, os usuários podem ser compensados por seus dados. Em vez de um intermediário vender seus dados para os anunciantes, o consumidor os vende diretamente para eles mesmos. Startups de blockchain para marketing e publicidade estão começando a surgir para eliminar totalmente o intermediário, gerenciador de grandes mídias, gerando assim “bônus” entre o anunciante e o consumidor.
Outra aplicação está nos contratos inteligentes que podem automaticamente impor obrigações de todas as partes envolvidas, para garantir que os pagamentos sejam feitos somente após o cumprimento dos termos. Por exemplo, se um blogueiro nunca publica um artigo ou post na mídia social sobre uma marca, o contrato inteligente que está em vigor não libera o pagamento do blogueiro. Cada marco contratual deve ser cumprido para que a próxima etapa do processo seja realizada.
Os influenciadores terão mais qualidade e o marketing poderá saber se os seguidores são verdadeiros, oferecendo a possibilidade de analisar resultados e publicar estudos com mais transparência nas alegações de marketing. Assim como os editores serão mais responsáveis, pois os anunciantes, através da tecnologia, saberão exatamente para onde seu tráfego está indo.
Ashley Walters, da Empower MediaMarketing cita que outro ponto positivo é que o Blockchain tornará isso mais transparente: “prevejo que as empresas de verificação de fraudes irão, ou já começaram, o processo blockchain para avaliar como podemos impedir que bots e fraudadores roubem dinheiro de anúncios das marcas. O Blockchain nos permitirá verificar quem, como e onde os anúncios são exibidos.”
Enfim, o blockchain resolverá muitos problemas do setor, revelará tudo, diminuirá fraudes e custos, aumentará atribuições e qualidade, e deixará o consumidor muito mais perto da marca. Quanto mais cedo nós “marqueteiros” entendermos o potencial do marketing ativado por blockchain, mais cedo poderemos adaptar as nossas estratégias de negócios atuais para acomodar essa nova realidade.
Camila Bernardinelli é gerente de marketing da Teleinfo Soluções