“Anúncios não se parecem mais com anúncios. Se ele parecer, provavelmente não será muito bom”. A frase é do CEO da Grey de Nova York, Tor Myhren, que veio ao Brasil para participar do Festival do Clube de Criação de São Paulo. Ele encerrou o evento neste domingo (20) com a palestra “como situações ruins forçam a criatividade”.
O criativo de uma das agências mais premiadas do último festival de Cannes apresentou o pensamento que guia a eficiência da rede Grey. Mihren mostrou o grau de notas que, segundo os líderes da Grey, diferenciam as campanhas. A lista vai da nota um, que é quando uma ideia é considerada tóxica e traz resultados ruins para o cliente, para a agência e para o próprio publicitário, até dez, que é quando uma campanha pode ser classificada na lista como “a melhor do mundo”.
O conceito garantiu à Grey quatro Grand Prix para agências de três países no Cannes Lions 2015. Segundo Myhren, uma ideia realmente original, digna de ganhar ao menos um Leão de bronze, é tido como grau sete de acordo com o pensamento da empresa.
Para que seja considerada realmente inovadora, segundo o CEO do escritório de Nova York, a campanha precisa reunir algumas características, como nascer de uma mente criativa e ser melhorada por um time altamente criativo e ter apelos atraentes para as pessoas de acordo com o que os consumidores estão conectados, além de não ser conduzido com um foco errado, o que pode destruir a ideia. Myhren destaca que atualmente as ações com chances de obter mais sucesso estão relacionadas com elemento de Hollywood, Vale do Silício, esportes, games, memes de internet, música e a bunda da celebrity Kim Kardashian. Ele destaca a imagem abaixo como um dos melhores anúncios dos últimos tempos. “E na verdade nem é um anúncio. É uma imagem”, diz.
Outros exemplos enaltecidos foram a campanha do famoso Ice Bucket Challenge, o spray de sobrevivência da Volvo para ciclistas e uma ação de conscientização sobre o uso de armas nos Estados Unidos, em que compradores entravam em uma loja de armas e eram apresentados a pistolas e semiautomáticas que tinham causado a morte de crianças e outras pessoas inocentes.
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O CEO da Grey Nova York ainda terminou dizendo que nunca ninguém deve pensar que não é criativo, pois tal pensamento pode realmente limitar o potencial, e reforçou a força de um bom trabalho. “grandes trabalhos resolvem todos os problemas de todos. Até quando você está insatisfeito com o seu chefe, por exemplo, pois ao fazer um grande trabalho você ficará em evidência e poderá receber melhores propostas”, finalizou Myhren. “A motivação precisa partir, em primeiro lugar, de você mesmo”.