A imagem de jovens em frente à televisão conectada a um videogame ou ao monitor do computador já não é mais a principal quando se fala em games. No Brasil, esse segmento atinge a públicos variados, incluindo adultos e mulheres, que já são maioria e não desgrudam, por exemplo, dos jogos mobile. Portanto, se você é uma daquelas pessoas que não pode ver um “joguinho” no celular, já pode se considerar um gamer e parte de um mercado que, segundo a consultoria Super Data, deve faturar cerca de R$ 5 bilhões até 2017.

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Um exemplo do crescimento exponencial dos games no país é a feira Brasil Games Show (BGS), que este ano será realizada de 1º a 5 de setembro, no São Paulo Expo, e já estima público recorde, mesmo em ano de crise. Segundo o idealizador do evento, Marcelo Tavares, este ano são esperados em torno de 300 mil visitantes e 180 marcas – em 2010, quando a BGS foi lançada, eram 30 mil visitantes e 60 marcas.

Outra novidade da BGS deste ano é o aumento de estúdios independentes no evento, que têm um espaço específico, o chamado Pavilhão Indie, e uma presença 300% maior que em relação ao ano passado. Para se ter uma ideia, o game Angry Bird, um dos mais conhecidos do mundo, que recentemente virou filme para o cinema, nasceu desse modelo de negócio.

Para as marcas, os games são uma opção a mais para falar com um público diversificado – tanto que crescem games com espaço para publicidade, principalmente no mobile. “A gente está falando de mais de 60 milhões de pessoas que jogam. Antigamente o game era aquela coisa marginalizada, mas hoje mulheres jogam, homens jogam, de todas as classes, de todas as idades. Se você tem um tablet ou celular e joga, também faz parte desse público”, comenta Tavares. “As empresas perceberam isso. Há empresas que não atuavam em segmento de games e começaram a investir no segmento. Hoje, boa parte dos jogos tem um sistema para propaganda, principalmente para mobile. Isso tem aumentado bastante. Jogo de esportes com campos virtuais, por exemplo, tem mídia vendida, mas ainda predominando multinacionais e com um custo um pouco mais elevado”, exemplifica.

Para quem quer começar a investir na área, Tavares acredita que o Pavilhão Indie é uma boa entrada, justamente por se tratar de uma reunião de produtoras brasileiras de games. “Muitas marcas brasileiras têm como uma das grandes opções desenvolver um advergame para promover alguma marca e algum serviço”, comenta.

Dados
Divulgada no início do ano, a pesquisa Game Brasil 2016, elaborada pela agência de tecnologia interativa Sioux em parceria com a Blend New Research e o GameLab da ESPM, afirma que 52% dos jogadores de games no Brasil são mulheres. Segundo o estudo, o gamer brasileiro se consolida com o perfil multiplataforma – 70,8% jogam em mais de um dispositivo. O smartphone continua sendo o mais popular (77,2%), seguido de computadores (66,9%) e consoles (45,7%).