O número de brasileiros com smartphones já chega a 27 milhões, mais que o volume de aparelhos inteligentes registrados na Alemanha (24 milhões) e França (25 milhões), aponta pesquisa do Ipsos MediaCT, realizada a pedido do Google. O levantamento “Our planet mobile” foi conduzido em mais de 40 países e é a primeira vez que revela os hábitos de consumo e utilização de smartphones dos usuários no país.

Apesar do volume, a penetração de dispositivos inteligentes no país – de 14% – é baixa se comparada com outros países. Na França, ela chega 38% da população e, na Alemanha, a 29% do total. “Mesmo que a penetração pareça baixa, o principal insight do estudo é que o número absoluto de usuários é enorme. Qualquer campanha que se faça aqui as marcas já têm audiência maior no Brasil que em outros países avançados”, argumenta Peter Fernandez, diretor de publicidade móvel do Google para América Latina.

A pesquisa, realizada com um mil brasileiros entre 18 e 64 anos no primeiro trimestre do ano, revela que o smartphone se tornou a quarta tela: um quarto das pessoas ouvidas (27%) disseram que abririam mão da TV, mas não do celular. O estudo também aponta o consumo integrado de mídias: os usuários utilizam o aparelho enquanto veem TV (46%), navegam na internet (55%) ou leem jornais/revistas (26%).

Os dados apontam ainda que 73% do usuários de smartphone não saem de casa sem o celular e que os brasileiros usam seus smartphones a todo momento: mais de 60% utiliza em transportes públicos, na rua, em lojas, restaurantes, no trabalho e em casa.

Publicidade

Os usuários são fortemente impactados por inserções publicitárias enquanto navegam com o smartphone: 75% fizeram alguma pesquisa no celular após ver um anúncio, aponta o estudo, e 94% reparam em anúncios veiculados no ambiente mobile.

Com o celular em mãos, o processo de compra também não é mais o mesmo e o aparelho tem forte influência na decisão do usuário. Segundo o levantamento, 80% das pessoas ouvidas já pesquisaram produtos ou serviços do smartphone e 66% dos que buscaram negócios nas redondezas acabaram visitando o local. “Agora o processo inteiro de fazer compras é diferente”, afirma Fernandez. “O usuário pode comparar preços com o celular a qualquer momento, ver resenhas enquanto está na loja e analisar se o preço é justo. Pode ver opções de outras marcas, ver lojas próximas dessas empresas e ir até elas. O consumidor tem o poder de pesquisar porque tem sempre acesso à internet”.

O Google estima que o mercado de smartphones está em crescimento e que o barateamento de planos de dados irá impulsionar a adoção do aparelho no país. “Há muitas pessoas que não têm computador, mas possuem celular com acesso à internet. O crescimento de plano de dados ilimitados de R$ 0,50 centavos por dia é super acessível”, avalia. “Para a nova classe média, e-commerce é via celular, não via computador”.