'Retratos da real beleza', da Ogilvy para Dove, levou os dois Lápis amarelos brasileiros

 

Retratos da real beleza”, da Ogilvy Brasil para Dove, levou os dois únicos Lápis Amarelos brasileiros na 52ª edição da competição de propaganda e design inglesa D&AD, cuja entrega acontece nesta quinta-feira (22), em Londres. O trabalho venceu em Digital Marketing (na subcategoria Online Branded Films) e em Integrated & Earned Media (subcategoria Integrated).

A performance é inferior à do ano passado, quando o país levou quatro Yellow Pencils, depois de classificar oito Nominations e 18 posições em In Book. Este ano, o Brasil classificou mais trabalhos: teve 26 posições de In Book (trabalhos incluídos no Anuário do D&AD) e 11 Nominations (indicações a Lápis), tornando-se o quarto país com maior número de classificações – atrás apenas de Inglaterra (179), Estados Unidos (118) e França (48).

A Ogilvy foi uma das agências brasileiras de maior destaque na competição: “Retratos” levou quatro Nominations e dois “In Book”. Na categoria Integrated & Earned Media, o jurado brasileiro foi Fernando Campos, sócio e diretor de criação da Santa Clara, que saiu de Londres satisfeito com o resultado. A brasileira Fernanda Romano, sócia da Naked Brasil, presidiu o júri de Digital Marketing.

Este ano a premiação cobriu 24 categorias e, pela primeira vez, teve 11 jurados brasileiros – sendo três presidentes: além de Fernanda Romano, Anselmo Ramos (então vice-presidente de criação da Ogilvy Brasil e hoje na David, em Miami) em White Pencil; e Luiz Sanches, sócio e diretor-geral de criação da AlmapBBDO, em Press Advertising.

Digital Marketing: Brasil tem muito a aprender

Em Digital Marketing – uma das categorias mais volumosa do D&AD –, além do Lápis Amarelo para Dove, o Brasil classificou quatro trabalhos, escolhas foram feitas por um júri “maduro”, segundo definiu Fernanda Romano, referindo-se ao perfil nada naive ou de “gueto do digital” que ela costuma encontrar pela frente. Fernanda diz ter observado em Digital Marketing – que ela prefere definir como “plataformas digitais” que pensam em “sociedade conectada” – três fenômenos.

O primeiro deles é que finalmente a infraestrutura está resolvida para que o vídeo tenha alta qualidade nesse mundo. “‘Online video’ explodiu como categoria. Vimos uma variedade enorme”, comentou, e faz uma crítica direta ao Brasil nesse ponto. “O Brasil não é incrível em televisão e não está sabendo migrar para vídeo online. É uma categoria competitiva em que o Brasil não sabe brincar muito bem, com poucas exceções”, disse.

O segundo fenômeno é que no mundo inteiro as pessoas estão deixando de se encantar com a tecnologia, para dar atenção ao conteúdo, ao que é humano, à ideia. O terceiro fenômeno é o foco – das mensagens que se colocam no mundo – em causas e mudanças de comportamento. “Não é só awareness ou fechar uma venda. É mudar comportamentos. Há um trabalho imenso de construção de ecossistemas e plataformas para provocar mudanças de comportamento. É grandioso, ainda que seja pequeno”, diz.

Mais uma crítica que ela faz ao Brasil é manter o digital “departamentalizado” – tanto nos clientes quanto nas agências. Isso está pelo menos oito anos atrasado em relação ao resto do mundo, ela garante.