O Vale do Silício, centro mundial da inovação, é considerado a região mais evoluída com relação ao uso de big data – até aí, nada que surpreenda ou espante. Despontando positivamente neste mercado também estão Suíça e Alemanha, enquanto o mercado latino-americano segue com desafios na implementação de tecnologias, com países como Argentina e Chile demonstrando mais eficiência do que o Brasil. As informações são de Stephen Brobst, CTO da Teradata, multinacional californiana de big data, análise de dados e aplicações de marketing que patrocinou um relatório, em parceria com a McKinsey, com informações a respeito do impacto das iniciativas de big data sobre as práticas e culturas organizacionais.

Realizado globalmente com 316 tomadores de decisão das áreas de tecnologia e informação em empresas líderes – das pessoas ouvidas, 43% são da América do Norte, 34% da Europa, 22% da Ásia e 1% do Oriente Médio –, o relatório é resultado de um questionário elaborado pela Forbs Insights e revela a eficiência no uso de big data nessas regiões e, consequentemente, mostra a América Latina fora desse pool.

A maioria dos entrevistados relatou não apenas um investimento considerável em big data analytics, mas um expressivo retorno sobre este investimento. Em todas as categorias de investimento, cerca de 90% das organizações relatam níveis médio e alto de investimento, e cerca de um terço considera seus investimentos “muito significativos”.

Além disso, cerca de dois terços dos entrevistados relatam que big data e iniciativas de análise de dados tiveram um impacto expressivo e mensurável sobre as suas receitas. Entre as áreas mais impactadas pelo uso de big data apareceram criação de novos modelos de negócios (54%); descoberta de novas ofertas de produtos (52%); e monetização de dados a empresas externas (40%).

A pesquisa também revela desafios culturais no uso de big data. De acordo com Stephen Brobst, entender que o uso de dados ultrapassa estratégias digitais é um deles. O executivo lembra que esse tipo de tecnologia é uma ferramenta para entender melhor o consumidor em diversos aspectos, ajudando a construir marcas, desenvolver produtos e fazer investimentos mais assertivos em diversas áreas e mercados.
“Ter tecnologia não é o suficiente para o bom uso de big data. É preciso trabalhar a questão cultural das empresas e esse é um desafio”, comenta Brobst.

Brasil
Especificamente sobre o Brasil, onde a Teradata também está presente, Brobst acredita que o país esteja atrás de outros da região, como Argentina e Chile, não apenas por razões culturais, mas, possivelmente, devido ao momento econômico pelo qual o país passa. “As marcas e empresas precisam entender que não é só sobre usar a tecnologia, mas conhecer mais o seu potencial para entender melhor seu consumidor. Para o Brasil, o momento é desafiador, mas o uso de big data pode inclusive ajudar no momento de crise”, diz. “Em alguns casos já percebemos um bom uso. O Brasil já usa big data, por isso a questão não é saber quanto tempo vai levar para ele ter valor, mas sim quando as organizações vão começar a pensar nele como ferramenta importante. Uma vez que isso aconteça, as pessoas passam a reconhecer seu valor”, reforça o executivo.