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Em sua 19º edição, o Edelman Trust Barometer 2019 revela que o Governo, apesar de ter subido 10 pontos em período eleitoral, alcançando 28% no nível de confiança (0-100), e a Mídia (como instituição), que caiu 2 pontos e agora está com 41%, ainda são instituições não confiáveis na opinião dos brasileiros. O estudo mostra também que as ONGs, cujo nível de 57% não oscilou no último ano, e as Empresas, que foram de 57% para 58%, são consideradas neutras no quesito. Por outro lado, seguindo forte tendência global, a figura do “meu empregador” subiu 5 pontos no País, alcançando a marca dos 77% e reinando como a mais confiável. De acordo com a pesquisa, instituições com níveis de 1-49 são consideradas não-confiáveis, de 50-59, neutras, e de 60-100, confiáveis.

“Temos observado importantes quedas na confiança nas instituições ONGs, Empresas, Governo e Mídia, enquanto a confiança no empregador cresce no Brasil e no mundo”, contextualiza Cristina Schachtitz, vice-presidente da Edelman. “Com a queda da confiança nos sistemas de busca e nas redes sociais, as pessoas têm se voltado cada vez mais para as pessoas que conhecem e com quem se relacionam, o que inclui seus empregadores”, completa.

Realizado pela Edelman, o estudo mede os índices de confiança no Governo, Empresas, ONGs e Mídia. Nesta edição, a pesquisa ouviu mais de 33 mil pessoas em 27 países, com o trabalho de campo realizado entre 19 de outubro e 16 de novembro de 2018.

O cenário de desconfiança se torna ainda mais negativo quando a descrença e o medo entram em jogo. No Brasil, 74% da população geral e 78% do público informado sentem falta de confiança e 74% da população geral e 77% do público informado sentem-se injustiçados pelo sistema e manifestam desejo de mudança. O desemprego é um receio generalizado, com 73% dos empregados brasileiros preocupados em perder o emprego por “não ter a formação e as competências necessárias para ter um trabalho que pague bem”.

Nesse contexto, as pessoas esperam que os CEOs liderem melhorias sociais. Setenta e três porcento dos brasileiros afirmam que esses executivos deveriam promover mudanças ao invés de esperar que o governo as imponha (13% a mais do que no ano anterior) e 78% acreditam que “uma companhia pode tomar atitudes que aumentem os lucros e, ao mesmo tempo, melhorem as condições econômicas e sociais nas comunidades onde opera”.

Além disso, 65% dos brasileiros concordam que os CEOs podem gerar mudanças positivas em relação à Igualdade Salarial, 61% em relação ao Preconceito e Discriminação, 61% em relação à Formação para Empregos Futuros, 57% em relação ao Meio Ambiente, 53% em relação à Informações Pessoais, 48% em relação às Fake News e 44% em relação ao Assédio Sexual.

Quando são consideradas confiáveis, as empresas são recompensadas pelos empregados brasileiros com maior defesa (83%), engajamento (77%), lealdade (75%) e comprometimento (86%). “Os dados mostram uma nova dinâmica no relacionamento entre empregado e empregador, com os executivos sendo chamados a construir confiança de dentro para fora”, diz Martin Montoya, CEO da Edelman Brasil. “Para isso, as empresas devem seguir quatro caminhos: liderar a mudança, empoderar os empregados, atuar localmente para o bem de suas comunidades e ter CEOs comprometidos com os valores das companhias”.

O estudo também mediu  “recortes” dentro do universo da mídia. Neste quesito, quais fontes de notícia mais confiáveis? Segundo a pesquisa, a confiança na mídia tradicional  é de 63%, dado que cresceu 1 ponto, enquanto nos mecanismos de busca (72%) caiu 4 e nas redes socias (47%) caiu 5.