De acordo com a pesquisa Trust Barometer 2015, realizada pela agência de relações públicas Edelman, empresas e ONGs despertam mais confiança nos brasileiros do que governos e imprensa. Segundo os dados, a iniciativa privada lidera como o grupo institucional mais confiável para 73% dos entrevistados. Em seguida aparecem as organizações não-governamentais com 70%.

O poder público, pelo segundo ano consecutivo, registra cerca de metade da credibilidade conferida ao setor privado, com apenas 37%. Além disso, juntamente com as celebridades, governantes eleitos figuram entre os criadores de conteúdo menos confiáveis, na opinião dos entrevistados brasileiros.

Já a mídia apresenta um ligeiro declínio na confiança da população com uma queda de sete pontos percentuais em relação a 2014, registrando 56%.

Para 84% dos respondentes brasileiros, os criadores de conteúdo mais críveis da internet são os amigos e familiares, à frente até mesmo de CEOs e acadêmicos. Além disso, 71% dos entrevistados no Brasil se recusam a comprar produtos e serviços de uma empresa em que não confiam, enquanto 63% a criticam para um amigo ou colega. Inversamente, 80% optam por comprar produtos de empresas nas quais confiam, e 78% recomendam tais companhias a pessoas conhecidas.

Apesar da liderança das empresas na percepção de confiança da população, em âmbito global, o estudo mostra redução na confiança da população em todos os segmentos institucionais citados – iniciativa privada, ONGs, mídia e poder público.

Além disso, pela primeira vez, o estudo investigou a relação entre o ambiente de confiança e a capacidade de inovação em empresas, setores e países. Globalmente, a maioria dos entrevistados acredita que o ritmo das inovações é rápido demais e 24% acreditam que as inovações ocorrem para tornar o mundo melhor.

No Brasil, 87% dos entrevistados concordam que as empresas podem adotar ações específicas que aumentem o lucro e também contribuam para melhorias socioeconômicas nas comunidades em que atuam. Nesse cenário, o fracasso das empresas em contribuir para um bem maior é a principal razão para a queda da credibilidade no setor privado na opinião de 56% dos brasileiros entrevistados.

“Criar apenas não basta. É preciso que as inovações sejam acessíveis, baseadas nos conceitos de transparência, estimulem a colaboração e tragam benefícios pessoais e sociais ao consumidor”, diz Rodolfo Araújo, diretor de pesquisa e conhecimento da Edelman Significa.