A Polícia Federal deu início, na manhã desta sexta-feira (17), a Operação Carne Fraca, que tem como foco a venda ilegal de carnes por frigoríficos. Alguns dos principais grupos do país estão na mira, como é o caso da BRF (dona de marcas como Sadia e Perdigão) e JBS (controladora da Friboi, Seara, entre outras). Ao todo, devem ser cumpridos 38 mandados de prisão.
Entre os presos estão executivos da BRF (Sadia e Perdigão) como Roney Nogueira dos Santos, gerente de relações institucionais e governamentais, e André Baldissera, diretor da BRF para o centro-oeste.
A investigação mostra que os frigoríficos exerciam influência direta no Ministério da Agricultura para escolher quem iria fazer a fiscalização nas empresas, por meio do pagamento de vantagens indevidas. De acordo com a Polícia Federal, essa é a maior operação da história. São mais de 1.100 policiais mobilizados em seis Estados: Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás) e no Distrito Federal.
Ao todo, foram quase dois anos de investigações nos Ministério da Pesca e Agricultura do Paraná, Minas Gerais e Goiás.
Em comunicado, a JBS negou irregularidades na produção e venda de carnes. A marca afirma que “repudia veementemente” qualquer adoção de práticas relacionadas à adulteração de produtos. A JBS é um dos grandes anunciantes do país. A famosa campanha da Friboi com o ator Tony Ramos, “É Friboi?” (idealizada pela Lew’LaraTBWA), por exemplo, ajudou a criar o hábito do consumidor brasileiro de procurar carne pela marca.
A BRF foi para a televisão exibir as suas explicações sobre o assunto. Dona de marcas como Sadia (cuja conta está na F/Nazca S&S) e Perdigão, que historicamente também têm vários cases de propaganda de sucesso, a companhia de alimentos disse que está colaborando com as autoridades para esclarecimento dos fatos.
“A companhia reitera que cumpre as normas e regulamentos referentes à produção e comercialização de seus produtos, possui rigorosos processos e controles e não compactua com práticas ilícitas. A BRF assegura a qualidade e a segurança de seus produtos e garante que não há nenhum risco para seus consumidores, seja no Brasil ou nos mais de 150 países em que atua”.
Vale lembrar que as agências de propaganda não têm responsabilidade pela qualidade dos produtos anunciados pelas marcas, como sugerem alguns comentários que surgiram. As agências criam campanhas a partir dos resultados de testes verificados em produtos alimentícios e dos certificados de qualidade recebidos pelas empresas dos órgãos competentes.
Atualização às 17h30