As desavenças políticas entre o presidente da República e o governador do estado mais forte da federação brasileira têm causado um prejuízo incalculável ao Brasil e aos brasileiros, situação agravada pela epidemia do coronavírus que nos assola e insiste em permanecer entre nós.

Acreditamos ser um desrespeito a toda a nação esse tipo de briga, que leva-nos a crer existir um interesse das partes no aproveitamento político da epidemia, com vistas às novas eleições que não demoram muito a chegar. Enquanto isso, o povo que vem sofrendo terrivelmente com a epidemia, contabilizando inclusive um alto número de mortes, passa por momentos de apertos que ainda não haviam sido vistos e sentidos pela atual geração.

Esse estado de coisas leva-nos a crer que ambos os lados sobrepõem seus interesses políticos à gravidade do atual momento que todos estamos vivendo, o que torna ainda mais incompreensível e intolerável a permanente batalha entre esses contentores, cujos esforços nela gastos por ambos e suas equipes de governo deveriam ser dirigidos ao verdadeiro inimigo que nos assola, que é o coronavírus.

Um dos detalhes mais cruciais nessa briguinha de comadres reside no distanciamento entre as medidas tomadas por ambas as partes na luta contra a epidemia, com maior força ainda nas que estão sendo prometidas para os próximos dias, como talvez o lockdown acenado para São Paulo. Temos para nós que tudo tenderá a piorar com mais essa medida de restrições totais ao movimento das pessoas, com severas consequências para os desobedientes.

Já estamos vendo em São Paulo o fracasso que tem sido medidas anteriores a essa, impondo semelhantes restrições ao povo trabalhador, que tem perdido meios de locomoção, mas em sua grande maioria esforça-se para comparecer ao trabalho, porque sabe das consequências se tal não ocorrer.

Está faltando uma grande campanha publicitária de parte a parte, procurando conscientizar a população sobre como evitar correr riscos. Na verdade, estamos voltando a um indesejável passado, quando se agredia fisicamente a população que precisava se locomover entre comícios e passeatas, sem nada ter a ver com um lado ou outro.

É muito fácil pedir à população que fique em casa, sem recompensá-la por isso e sem melhor instruí-la sobre como proceder nesse recolhimento forçado. Fora o fato de que muitas famílias moram na mesma casa ou apartamento, repletos de pessoas enclausuradas que se transformam em presas fáceis do contágio pelo vírus, devido ao aperto em que passam a viver.

Veja o leitor a última medida tomada em São Paulo, com relação à restrição de automóveis particulares ou de aluguel, transferindo com isso automaticamente os que usavam esses veículos para a sua locomoção, para os ônibus e metrôs que servem a capital de São Paulo. O que estamos vendo é um verdadeiro absurdo, com a população espremida nos transportes públicos, aumentando seguramente o risco de contágio, quando se quer é exatamente o contrário.

Não é à toa que o número de mortos vítimas de coronavírus tem aumentado diariamente, sem que se mude esse sistema absurdo de estimular o uso de coletivos, restringindo por outro lado o uso de automóveis, que no máximo comportam cinco pessoas por cada veículo e poderiam até comportar menos, se os fazedores de leis e decretos, que adoram essa prática, reduzissem o número de pessoas em cada veículo.
Há ainda nessa questão toda que está nos vitimando (a nós brasileiros) desde o Carnaval (segundo alguns cientistas sérios estão só agora revelando), que é o fechamento dos postos de trabalho da maioria das atividades profissionais, trazendo prejuízo incalculável às empresas, muitas das quais na sua volta ao trabalho não terão condições de fazê-lo, pois já entraram em regime falimentar.

O que mais causa indignação é que os nossos governos (federal e estaduais) não estão se empenhando em saber como a questão da epidemia já está sendo aos poucos resolvida em países mais adiantados (e mais sérios), com a convivência no mínimo suportável entre o trabalho e o corona, com cada vez maiores vitórias para os que jogam no primeiro time.

Iremos todos aqui no Brasil sofrer ainda mais quando chegar a conta definitiva de todo esse estrago causado pelo vírus e por medidas pouco inteligentes dos nossos governantes, não por falta de capacidade, repetimos, mas por terem aproveitado a pandemia para encetar uma guerra política totalmente absurda nesse momento de calamidade nacional, onde uma quantidade exponencial de vítimas mortais já sofreu a pior das consequências.


Em meio a essa desgraça que se abateu sobre o nosso país, tem sido elogiável o trabalho dos profissionais do PROPMARK, utilizando seus computadores em casa para produzirem as melhores matérias que semanalmente temos lido no impresso e diariamente visto no nosso online, que a cada dia ganha mais frequentadores.

A equipe do comercial também tem lutado bravamente para conseguir o mínimo de anúncios (que sempre dão resultado para os anunciantes), mantendo dessa forma a chama acesa, ainda mais agora que estamos próximos de completar 55 anos de circulação ininterrupta. Isso se dará cronologicamente no próximo dia 21. Na época, quando este jovem jornalista inaugurou em outro jornal sua coluna Asteriscos, com noticiário publicitário escasso naquele momento, em meio a uma profissão ávida por apenas saber de si.

Ainda sobre a nossa atual equipe, desde há muito já PROPMARK, registros especiais para o fotógrafo Alê Oliveira, um incansável descobridor das melhores imagens para ilustrar o jornal. E aos nossos diagramadores e gráficos em geral, que lutam para semanalmente merecerem a admiração dos leitores. Um viva à nossa equipe de distribuição, que mesmo em época de coronavírus tem feito o possível e o impossível para atravessar barreiras e chegar mais cedo aos leitores.

Aos nossos colaboradores, um agradecimento todo especial pelo trabalho que têm semanalmente de trazerem o melhor de si colhido ao seu redor, com comentários quase sempre inusitados sobre este vasto mundo da comunicação, do marketing e da propaganda. Não, querido leitor, a nossa edição comemorativa não é esta, apesar de todos esses elogios à nossa brava e competente equipe.

Ela terá como data de capa 8 de junho, um pouco além do seu aniversário, devido ao mesmo motivo tanto abordado nestas linhas. Nossa fé é a de que até lá o coronavírus já tenha sido dominado pela força dos seres humanos que estão lutando em várias frentes para encontrar a melhor das soluções que possa vencer o bicho, sem fazer disso um proselitismo político. Que a próxima seja uma melhor semana para todos.

Armando Ferrentini é diretor-presidente e publisher do PROPMARK (aferrentini@editorareferencia.com.br)