Quais serão os próximos dez anos da Bullet? Foi este o desafio de Aldo Pini ao voltar para a agência em outubro de 2018, após cerca de dois anos na Africa. Há cinco meses sua nova casa vive uma transformação de mindset que poderá ser vista ao longo de 2019. “Mais do que mexer na estratégia criativa da agência, precisava trazer uma nova mentalidade”, lembra sobre a missão. 

O CSO (Chief Strategy Office) e sócio da Bullet conta que seu retorno está ligado a crenças, especialmente sobre alterações no cenário de comunicação, em questões como remuneração, relevância e papel das agências nos anunciantes.

“O mercado de promoções e eventos estava muito segmentado a receber um pedido, era quase reativo. Essa sempre foi uma crítica minha como estrategista. Se você é reativo, pode responder bem a expectativa, mas de certa forma a pessoa já sabe o que quer. Essa mudança parte da questão de como posso ser uma agência de soluções? Como conversar com o cliente e atender da melhor forma? É a movimentação que estamos fazendo”, explica.

Tripé da nova fase
As transformações são lideradas por ele e pelos sócios Eduardo Andrade, CBO da Bullet, e Adriana Ribeiro, CFO, que cuidam da agência ao lado do CEO, Fernando Figueiredo, e do CCO, Mentor Muniz Neto, ambos sócios também. As mudanças têm três pilares. O primeiro é ferramentas, com a adoção de novas, a migração para melhores e a integração entre diferentes plataformas.

 

“Somos uma agência data-centric e usamos isso a favor de desenvolvimento de insights e entendimento de conceito. Isso nos dá uma visão mais completa de um desafio para resolver. Ser uma agência de soluções nos migra de um cenário em que agências brigam para serem integradas, para ser uma agência integradora. Se temos o diagnóstico, podemos direcionar para qualquer solução. E não necessariamente precisamos ter dentro de casa. Às vezes a gente esquece que o conceito de agência é agenciar, ter bons parceiros”, diz Pini.

O segundo é na equipe. Por não acreditar em departamentalização, mas em colaboração, a Bullet escolheu lideranças para coordenar as três principais esferas da agência. “Temos uma pessoa responsável por cuidar do business, que inclui potencial e trato dos clientes; eu na área de think & concept, com mídia, planejamento, criação e BI; e uma para delivery, ligada a produção e inteligência de desenvolvimento dos partners de conteúdo, publishers, experience e novidades”, conta. Pini explica ainda que o terceiro pilar está nos processos, que ajudam na gestão da casa.

Segundo ele, no fim do dia, sua responsabilidade como o cara de cultura está em a Bullet ser vista como agência de soluções inovadoras, que entende de contexto, e na agência “ser o melhor lugar do mundo para as pessoas que aqui trabalham.”