Anúncio para o Festival de Curitiba

Uma máscara está gerando polêmica com o nome da Fnac do Brasil na rede mundial de computadores. Uma campanha de anúncios impressos feita para o Festival de Teatro de Curitiba, criada pela Hype Premedia &Convergência, mas não autorizada pelo anunciante, foi enviada para o site Ads of the World e rapidamente caiu nas redes sociais. O trabalho mostra duas máscaras, uma da série “V for Vendetta” (V de Vingança), e outra de um personagem de “Guerra nas Estrelas”. A polêmica é com a primeira máscara já que ela também é usada como símbolo do grupo Anonymous, uma comunidade online reconhecida por seu posicionamento anarquista e por ser associada a hackers. O assunto virou tópico de várias discussões exatamente pela coincidência de usar a referência do Anonymous ao mesmo tempo em que estão sendo avaliados os projetos de lei norte-americanos antipirataria juntamente com a prisão de responsáveis pelo site Megaupload.

Procurada pelo propmark, a Fnac informou que a campanha não foi autorizada. A empresa também ressaltou que entre seus princípios de atuação estão o “combate à pirataria, a defesa da liberdade de expressão e a luta mundial contra o analfabetismo”.

O diretor de criação da Hype, Andrei Ivanoff, reconhece que a campanha não foi autorizada e que ele foi “precipitado” ao enviar o trabalho para avaliação do site Ads of the World. “A Fnac achou a campanha interessante, mas eles não aprovaram. Eu fiquei empolgado”, conta.  Segundo ele, a ideia foi utilizar uma máscara “sorrindo e um cara chorando” como símbolo da dramaturgia para o Festival de Curitiba.

Ivanoff diz que recebeu uma ligação do anunciante reclamando da situação “desconfortável” criada com a repercussão da campanha nas redes sociais. Indagado sobre o motivo que o teria levado a divulgar um trabalho não autorizado pelo anunciante, Ivanoff respondeu que “valoriza boas ideias e não teve a intenção de criar polêmica”. “Foi com um ar de inocente. Pensei que o Ads of the World iria respeitar o timeline de duas semanas”, diz.

O diretor de criação também afirma que a Hype vem trabalhando há cerca de dois anos com a parte de catálogos da Fnac e que em dezembro participou de um processo de concorrência para atender a parte de publicidade. “Acabamos de ganhar a conta”, disse preocupado com a repercussão da polêmica.