Mauro Arruda, da FCB Health Brasil, durante o Cannes Lions Live desta quinta-feira (22) (Reprodução)

Em territórios ainda inexplorados estão as mais promissoras tendências da comunicação na área de saúde e bem-estar e quem releva quais são os caminhos mais eficazes é Mauro Arruda, co-managing director e executive creative director da FCB Health Brasil, durante a rodada de apresentações exibidas na segunda edição do Cannes Lions Live 2020 nesta quinta-feira (22). 

“Só estamos online devido a uma pandemia, que nos obrigou a repensar a forma como trabalhamos, nos conectamos e vivemos”, diz Arruda, que abriu a sua participação com um violão para fazer referência ao tema “All you need is health”, inspirado na música dos Beatles “All you need is love”.

A criatividade vem crescendo na área de comunicação healthcare em função dos desafios impostos hoje e, para acompanhar esse avanço, Arruda deixa três inspirações. “Porque se você é realmente criativo, tudo o que você precisa é saúde”, brinca o executivo.

Apple Watch 6, equipado com sensores que medem a temperatura corporal e dos níveis de oxigênio no sangue (Divulgação)

A primeira sugestão está ligada à “beleza da saúde”. Aqui, o importante é ter uma execução impecável. “Desde 2014 venho julgando trabalhos capazes de entregar 11 vezes mais market share”, comenta Arruda. E com mais regulamentação, muitos podem pensar que o segmento inibe a criatividade. Arruda garante que não, puxando a segunda orientação para os profissionais do setor: a capacidade de combinar empatia com tecnologia.

Enxergar a angústia do outro e transformá-la em uma solução real é uma habilidade cada vez mais apurada pelas gigantes de tecnologia, o que leva à terceira evidência constatada por Arruda, na qual “big tech” significa “big health”. “As grandes empresas de TI, na verdade, estão preparadas para atuarem como grandes empresas de saúde”, afirma.

Segundo o executivo, o Google possui hoje 57 startups de saúde, que buscam inovações para as pessoas em todo o mundo. Arruda cita ainda iniciativas da Apple, com o Apple Watch 6, equipado com sensores que medem a temperatura corporal e os níveis de oxigênio do sangue. “O aparelho gera dados para estudos e detecção da infecção pelo novo coronavírus antes mesmo do usuário perceber que está doente”, destaca.

Pulseira inteligente Halo, da Amazon, que controla os movimentos do corpo (Divulgação)

Na Amazon, a novidade é a pulseira inteligente Halo, que monitora os sinais vitais do corpo, além de acompanhar os ciclos do sono. Já as ações do Facebook têm o seu foco voltado para a prevenção. No celular, a pessoa pode optar por receber recomendações e avisos para a realização de exames periódicos.

Os assistentes de voz também oferecem possibilidades que são interpretadas por Arruda como as “próximas aliadas do setor de healthcare”. A oportunidade de descrever o ambiente ao redor de uma pessoa com deficiência auditiva, tonando-a independente, é uma das formas de fazer com que as marcas “falem alto para serem ouvidas”, acrescenta o executivo. 

Valor, conveniência e experiência devem ser considerados no planejamento do trabalho a fim de se criar uma jornada online que permita conectar as marcas e os consumidores. A inteligência artificial, por exemplo, levanta um volume enorme de dados. “E informação pode salvar a vida das pessoas”, finaliza Arruda.