Alê Oliveira

Coincidindo invariavelmente com o fim do primeiro semestre do ano, que em nosso país é mais fraco do que o segundo (números colhidos junto às grandes agências e principais anunciantes apontam a seguinte divisão no bolo publicitário nacional: 40% aplicados no 1º semestre e 60% no segundo), e levando-se em conta que o Brasil confirmará as suas últimas boas performances no festival, os próximos meses, já a partir de julho, serão mais aquecidos do que os seis primeiros do ano, que se encerram no próximo dia 30.

Cabe ao leitor indagar por que o Cannes Lions e os seus bons resultados (como esperamos) para o nosso país podem influenciar no aumento do volume de investimentos publicitários no 2º semestre do ano.

O retrospecto recente sugere que sim, tendo em vista principalmente que a cobertura do Cannes Lions hoje é feita por muitas mídias, analógicas e digitais, influenciando positivamente os anunciantes, no cálculo das suas verbas para o período.

Em outras palavras, o esperado bom desempenho do nosso país no Cannes Lions tenderá a convencer o mercado de que, se propaganda funciona, uma boa propaganda como a brasileira, reconhecida internacionalmente, será um dos instrumentos principais do arsenal do marketing das empresas. O Cannes Lions transforma-se assim e principalmente para países como o nosso, que desde há muito abraçaram o famoso festival, em uma espécie de Copa do Mundo da publicidade, no gatilho que dispara mais verbas para o alvo, formado por fatias importantes da população consumidora, também influenciada – e muito – pela qualidade da propaganda pátria a ser distinguida em Cannes.

Não é à toa que empresários e profissionais da comunicação publicitária valorizam a cada ano mais a participação ao vivo das suas equipes no Cannes Lions, que a partir de hoje e até o fim da semana, terá a sua cidade sede repleta de brasileiros, tornando-se o nosso idioma um dos mais falados tanto no Palais como nos hotéis, restaurantes, festas comemorativas e na Croisette.

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O PROPMARK está com uma equipe de sete jornalistas, sob o comando de Kelly Dores, nossa editora-chefe, cobrindo o Cannes Lions e já enviando notícias e prováveis resultados para as nossas edições online, que nesta semana publicarão tudo sobre o Cannes Lions 2019.

Na próxima edição impressa, que circulará a partir das primeiras horas do próximo sábado (22), os resultados completos e finais de todo o festival, com artigos de publicitários de renome no mercado, narrando e comentando o que viram no Cannes Lions 2019 e o que mais os impressionou tendo em vista o fortalecimento da atividade publicitária.

Nossa equipe de jornalistas presentes ao Cannes Lions também opinará em comentários a respeito, na mesma direção.

A cobertura do Cannes Lions 2019 pelo PROPMARK tem o patrocínio da VML (presidida por Fernando Taralli), agência do Grupo Y&R.

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José Roberto Maluf, empresário e profissional de destaque na mídia e na publicidade brasileira, tendo ocupado diversas posições de direção pelas empresas por onde passou, foi nomeado pelo governador de São Paulo, João Doria, presidente da TV Cultura.

Ganha o público e ganha a emissora.

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Na próxima sexta (21) comemora-se o Dia do Mídia, justa homenagem àquele profissional que entre as suas múltiplas funções em uma agência tem a responsabilidade de sugerir e programar os meios para os anunciantes, representando os mesmos nas negociações de mídia.

O Editorial lembra, a propósito de uma frase proferida pelo saudoso Renato Castelo Branco, em palestra a alunos da Escola Superior de Propaganda e Marketing, a ESPM, a mais importante instituição do ensino da comunicação publicitária no país: “Uma boa agência começa por um bom mídia”.

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Aproveitamos o assunto mídia para um importante registro: a recuperação do conteúdo editorial da nossa mais importante (ainda) revista semanal, na sua versão impressa: Veja.

Após a transferência do controle acionário da família Civita para um conhecido advogado do mercado, representando nessa operação outros sócios ocultos, a publicação perdeu momentaneamente a qualidade desse conteúdo, que sempre foi a razão do seu histórico de sucesso.

Aos poucos, porém, Veja recuperou-se e já apresenta a mesma qualidade que sempre foi a razão maior do seu sucesso junto ao público leitor.

Bom que assim seja. O país não pode prescindir da boa informação jornalística crítica e independente, como Veja sempre foi desde o seu lançamento, incomodando inclusive os governos de exceção da época.

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Ainda sobre o Cannes Lions: o projeto Young Lions, executado pela Editora Referência em parceira com o publicitário Emmanuel Publio Dias, que completa a sua 25ª versão este ano, está levando para a competição destinada aos jovens profissionais 18 deles, que preencherão todas as categorias do famoso projeto.

Com a versão deste ano, o Young Lions Brazil atinge um total de 453 jovens profissionais participantes da competição desde a implantação dessa categoria.

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O Brasil parece o VAR: a correção de erros desagrada parte do público.

A questão da Previdência é mais do que necessária: sem os ajustes que se fazem necessários, o país quebra ou, na melhor das hipóteses, o governo fica inadimplente, o que vem a ser quase a mesma coisa.

Entretanto, a turma do gol anulado pelo VAR não se conforma e agita, prejudicando a todos indistintamente.

Será mesmo, como lembra o ditado, que estava melhor quando estava pior?

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Em brilhante artigo no Estadão de 8/6, o jornalista Sérgio Augusto, sob o título Memorando, relembra a experiência literário-teatral de Geraldo Mayrink e Fernando Moreira Salles, editada em livro em 1996 e encenada com Irene Ravache e Paulo José em palcos distintos.

Memorando é um monólogo, inspirado, segundo Sergio Augusto, em reminiscências de Joe Brainard (I Remember) e Georges Perec (Je Me Souviens), que remete a uma espécie de Amarcord verbal, “com recordações pessoais que também marcaram a história e a memória coletiva de uma geração dos anos 1950 a 1980”.

Informando que o “afetuoso solilóquio mnemônico está de volta às livrarias e ao palco”, o articulista transcreve alguns highlights de Memorando, dos quais permitimo-nos reproduzir: “Eu me lembro que os políticos de antigamente sabiam escrever”, ao qual Sergio Augusto acrescentaria “e também sabiam falar”.

 Armando Ferrentini é publisher e diretor-presidente do PROPMARK (aferrentini@editorareferencia.com.br).