Em Digital Craft, país também levou Ouro e Prata com a AKQA

Depois de dois anos, o Brasil voltou a conquistar um Grand Prix no Cannes Lions. E veio na categoria de Digital Crafty com a AKQA, em um trabalho feito para a Nike, em parceria com a AKQA Estados Unidos e AKQA Melbourne (Austrália) – até então, o último GP tinha sido da Africa, com o case ‘Salla 2032’, em Entertainment for Sport, na edição de 2020.

Além do GP, a agência também faturou um Ouro e uma Prata com ‘Transparency card’, para o portal Congresso em Foco, e mais uma Prata com 'Never done evolving feat Serena.

Único vencedor do Grand Prix na categoria, 'Never done evolving feat Serena' criou um confronto – com o auxílio da inteligência artificial – entre a tenista norte-americana Serena Willians, campeã do US Open de 1999 – o seu primeiro Grand Slam – e a Serena, campeã de outro importante torneio no mundo do tênis, o Australian Open de 2017.

A ideia foi ter informações sobre a trajetória da tenista chegou até o seu último Grand Slam. O aprendizado de máquina foi capaz de modelar o estilo de jogo de cada época: tomada de decisão, seleção de tiro, reatividade, recuperação e agilidade com base em imagens de arquivo.

De acordo com a agência, mais de 1,5 milhão de espectadores assistiram à partida entre as duas Serena no YouTube, o que registrou um aumento de 1.082% na visualizações orgânicas em comparação com outros conteúdos da Nike.

Sergio Mugnaini, CCO da Ogilvy e jurado brasileiro na categoria, contou que o júri, durante a discussão, entendeu que o trabalho da AKQA celebrava uma grande ideia.

“O trabalho da Nike é fantástico por vários motivos, mas principalmente pela questão dos dados, que foram todos costurados para se transformar em algo único”, disse o criativo.

Ouro e Pratas
Outro case da AKQA que levou Leões em Digital Craft foi o ‘Transparency card’, desenvolvido para o portal Congresso em Foco. A ideia central do trabalho foi divulgar informações em tempo real sobre os hábitos de consumo dos políticos brasileiros.

O cartão da transparência acessa os bancos de dados do governo e envia notificações aos usuários quando os políticos gastam o dinheiro dos contribuintes.

Sergio Mugnaini, CCO da Ogilvy e jurado brasileiro na categoria (Alê Oliveira)

Segundo a agência, o Transparency card imita a maneira familiar como as pessoas rastreiam os gastos com cartão de crédito pessoal. Se um político gasta em um jato particular, por exemplo, os usuários do The Transparency Card recebem uma notificação push em tempo real.

Em vez de usar um aplicativo para rastrear essas informações, o Transparency Card usou recursos nativos dos telefones para retransmitir essas informações no formato mais direto possível. Todo brasileiro com telefone se transforma em um potencial ‘cão de guarda’ do dinheiro público, simplificando e democratizando o acesso a esses dados complexos.

A iniciativa foi divulgada nas redes sociais do UOL, controlador do Congresso em Foco, com a hashtag EyesOnTheExpenses. Também foi promovido em várias cidades brasileiras usando projeções de out-of-home.

Até agora, mais de 430 mil cartões ativos estão em carteiras de celulares e 20 milhões de notificações foram enviadas. O Cartão Transparência também serviu como recurso investigativo para jornalistas que escreviam notícias com base nos gastos expostos pela plataforma.

“No júri, eu disse que a questão dos cartões de créditos corporativos de políticos é um problema cultural do Brasil, e essa contextualização foi muito importante. Eu até peguei o meu celular e mostrei como funcionava o ‘Transparency card’, e isso foi um divisor de água. Quando eles viram a experiência completa, tudo mudou”, contou o CCO da Ogilvy.