É preciso criar meios inovadores e criativos para apoiar jovens que hoje lideram mudanças de comportamento

Criatividade, ambição e intenção foram as palavras utilizadas por Malala Yousafzai - a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, recebido em 2014, quando a ativista paquistanesa tinha apenas 17 anos - no painel Activist Generation - Partnering for Change with Gen Z para definir o trabalho da Malala Fund.

O encontro realizado na tarde desta quinta-feira (23) foi mediado por Nadja Bellan-White, global chief marketing officer da Vice Media Group, e lotou o auditório Lumiere Theatre do Palais des Festivals.  

A ativista, homenageada do Cannes LionHeart 2022, fundou a organização sem fins lucrativos com o seu pai, Ziauddin Yousafzai, em 2014, para defender o direito de as meninas frequentarem a escola, e buscar as suas próprias oportunidades.

Malala destacou o papel de liderança dos jovens na mudança de hábitos. “Este é o momento de apoiar jovens ativistas para defender a natureza, o direito à educação e lutar por inclusão e diversidade para um futuro melhor”, disse.

A Malala Fund conta com apoio da Apple. O suporte inclui o compartilhamento de expertise e ferramentas capazes de elevar a eficiência do trabalho da ONG.

Malala Yousafzai: "Precisa agir" (Alê Oliveira)

A ativista ambiental sueca Greta Thunberg e ativista climática Vanessa Nakate, de Uganda, foram dois nomes citados por Malala como fontes de inspiração. “É preciso criar meios inovadores e criativos para apoiar jovens que hoje lideram mudanças de comportamento”, lembra Malala, que sofreu um atentado em 2012 por falar publicamente sobre o direito de aprender.

Aos 15 anos, foi baleada na cabeça pelo Talibã, que havia proibido as meninas de irem à escola. A garota sobreviveu, e virou símbolo do direito à educação em todo o mundo.

O suporte das marcas deve ir além de campanhas. “Precisa agir”, adverte Malala, que começou a sua trajetória como ativista aos 11 anos. “Sabia que educação é privilégio”. Hoje, o Malala Fund  trabalha em regiões onde a maioria das meninas não tem acesso ao ensino médio.

Trocar armas por educação é o desafio enfrentados em países como Afeganistão, Bangladesh, Brasil, Índia, Líbano, Nigéria e Tanzâia, além do Paquistão.