Prêmio veio com a campanha "Jatobá Refugiado", criada para a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib)
A Africa convidou a indígena Txai Suruí, do povo Paiter Suruí, para subir ao palco e receber o Leão de Ouro conquistado pela agência em Outdoor, no Festival de Cannes. A ativista levou um cartaz convocando o mercado para que ajude a salvar a Amazônia.
O prêmio veio com a campanha "Jatobá Refugiado", criada para a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que também ganhou uma Prata e um Bronze na categoria, que somou 174 finalistas apontados de um total de 1.809 inscrições no Cannes Lions 2022. Foi a peça brasileira com mais leões.
A ação retrata a trajetória de um jatobá, uma das muitas espécies ameaçadas de extinção na região na Amazônia, que decide pedir refúgio em embaixadas de mais de 100 países estrangeiros por estar correndo perigo em seu território de origem. No dia 21 de setembro de 2021, um Jatobá de seis metros de altura foi levado por ambientalistas, como Sonia Guajajara, coordenadora executiva da APIB, à embaixada da Noruega, onde foi recebido por representantes do país e plantado no jardim.
A ativista já havia participado mais cedo de um painel em que falou sobre a importância da indústria de comunicação para o futuro dos povos indígenas, da floresta e do mundo. Ela também relatou a dura realidade enfrentava pelas populações tradicionais, como invasões de terra, ameaças, incêndios e assassinatos, como o episódio recente envolvendo o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira.
No fim do ano passado, Txai discursou na abertura COP26 e alertou para os efeitos das mudanças climáticas e dos frequentes ataques sobre as comunidades indígenas.