A estratégia de valer-se de pessoas influentes online para compartilhar mensagens de marcas na forma de conteúdo patrocinado tornou-se uma poderosa ferramenta de engajamento e o Brasil, um dos maiores mercados mobile do mundo e com recordes de uso e envolvimento nas redes sociais, vem atraindo empresas especializadas no chamado marketing de influência.
A Billion Dollar Boy é um exemplo. Agência global de marketing de influência com operações em Londres, Nova York e Istambul e, agora, também em São Paulo. Felipe Colaneri, diretor-executivo da agência, que tocará a operação brasileira, afirma que a característica multicultural do Brasil deu origem a uma gama bastante heterogênea de influenciadores, com discursos particulares, tribos distintas, apresentações e audiências bastante diversas. “É preciso integrar as marcas organicamente no contexto das narrativas de cada profissional, preservando sua autenticidade de conteúdo. Para isso, são necessárias metodologias e tecnologias específicas para o marketing de influência. Aí reside a verdadeira mágica de geração de negócios”, diz. Entre os clientes da Billion Dollar Boy estão McDonald’s, Bentley, Ford, Danone, Lionsgate, Canon, Amazon, Warner Brothers, BBC e Clinique for Men.
Edward East, sócio-fundador da agência, afirma que o Brasil é o país em que a empresa enxerga maior potencial, após consolidar operações em três países. “De acordo com o BDB Match Maker, plataforma proprietária de Influencer Matching, é possível identificar cerca de 10 milhões de influenciadores no território, porém apenas 5% dessa base é explorada, sendo notória, por exemplo, a recorrência dos mesmos nomes figurando campanhas, além da evidente ausência de microinfluenciadores e advogados de marca nos line-ups”.
Colaneri fala que este é um mercado “vivo” e, por isso, é essencial fundamentar o processo em identificar, por meio de tecnologias proprietárias de influencer matching e social listening, os influenciadores que estão performando melhor dentro de determinado target ou segmento, por níveis de influência, naquele dado momento, seja ele quem for.
Dentro do time da empresa também há colaboradores que são influenciadores, exercendo a função denominada “Social Glue”, ou seja, pessoas que convivem de fato no meio dos principais creators, sabem de inside informations, oportunidades e fazem o deep dive nos perfis pré-selecionados pela ferramenta para validá-los para compor o lineup das campanhas. “Além desta identificação, participamos do processo de ponta a ponta, desde a co-criação de conteúdo, gerenciamento de campanha, distribuição, frequência até os relatórios de performance e entrega dos KPIs (fundamentados em dados de social listening)”.
Ele conta que a empresa já finaliza sua primeira campanha no país para o Tinder.
InfluHub
Desenvolvida no Brasil, a plataforma InfluHub promete revolucionar a mídia digital, pois marcas cadastram campanhas na plataforma, definem um briefing e incluem o máximo de informações sobre seus produtos e serviços. Definem o volume de audiência que desejam conquistar em um determinado intervalo de tempo e a afinidade dessa audiência em relação ao seu produto ou serviço. A partir daí, a tecnologia atua: os algoritmos do InfluHub distribuem as campanhas para os influenciadores, previamente homologados, mais relevantes para cada ação.
“Criamos uma forma de monitorar em tempo real o desempenho de cada influenciador, além de mecanismos que estimulam a competição entre eles, produzindo resultados expressivos em relação a custo, alcance e engajamento”, explica Gustavo Mills, fundador da InfluHub.
A identificação e a seleção dos influenciadores para uma campanha é feita internamente por um sistema que atribui uma nota para cada perfil monitorado, que considera uma relação entre a quantidade de fãs e o poder de engajamento de cada um. Podem ser bloggers e youtubers conhecidos, como também clientes do próprio anunciante, artistas de rua, tatuadores, donas de casa, celebridades ou qualquer combinação de pessoas que exerçam influência de forma positiva sobre o target do anunciante.
A plataforma calcula um CPC de acordo com a vertical, o alcance e o nível de influência da rede de influenciadores envolvidos. O anunciante paga apenas pela real audiência conquistada. “Testamos o InfluHub em cinco países e percebemos que os influenciadores mais famosos, já definidos como celebridades, não garantiam o melhor resultado. Proporcionalmente, as pessoas com menos audiência, porém com um conteúdo extremamente especializado, respondiam por uma performance mais efetiva”, disse Mills, que afirmou ainda que já usam a plataforma Yahoo Brasil, Argentina, México, Colômbia e USH.