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O brasileiro Carlos Ghosn, presidente-executivo e do conselho da Renault, renunciou à direção do grupo na manhã desta quinta-feira (24). O anúncio foi feito durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, pelo ministro de Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire.

Ghosh está preso desde novembro em Tóquio. O executivo responde por violações financeiras e teve seus seguidos pedidos de liberdade rejeitados pela justiça japonesa.  

A Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi também era presidida por Ghosh. Em novembro, a Nissan afirmou por meio de nota que pretendia retirá-lo do cargo alegando que ele “declarou durante anos renda inferior ao valor real”, de acordo com os resultados de uma investigação interna.

Por meio de um comunicado emitido na manhã desta quinta-feira (24), a Renault afirmou que vai dissociar as funções de presidente do conselho e CEO. Jean-Dominique Senard é novo diretor e presidente do conselho, enquanto Thierry Bolloré assume a função de CEO.  

A medida deve possibilitar maior transparência além de supervisionar ativamente o funcionamento da Aliança. “Além de todas as funções normalmente assumidas pelo presidente do conselho, o novo presidente do conselho de administração da Renault deverá avaliar e, se necessário, alterar a governança da empresa, principalmente para assegurar a transição para a nova estrutura.”

O objetivo da montadora francesa é supervisionar ativamente o funcionamento da Aliança. Assim, a empresa decidiu confiar ao seu presidente a plena responsabilidade da pilotagem da Aliança em nome da Renault, em conjunto com o CEO.

“O presidente do conselho de administração da Renault será o principal interlocutor do parceiro japonês e dos outros parceiros da Aliança, para qualquer discussão sobre a organização e a evolução da Aliança. Ele submeterá ao conselho de administração qualquer novo acordo da Aliança que lhe pareça benéfico ao futuro da Renault. Ele será o principal representante da Renault nos órgãos de direção da Aliança e na Nissan, quando a Renault tiver um direito de proposta.”

Já o CEO coordenará para a empresa as atividades da Aliança no campo operacional, sob a autoridade do presidente.