1. Há 26 anos a Editora Referência e o MadiaMundoMarketing, com a sua Madia Marketing School e o apoio mais recente da Academia Brasileira de Marketing, promovem a avaliação anual do setor em nosso país.
O projeto se inicia com a abertura das inscrições para as empresas e entidades interessadas em submeter ao julgamento dos experts seus cases bem-sucedidos. Dessa criteriosa análise são destacados os melhores cases do mercado brasileiro.
Este ano, a prestigiada promoção contou com uma nova categoria: Marketing Citizen, tendo sido indicados, por 1.500 executivos e profissionais de marketing, os que mais se destacaram durante 2013.
João Ciaco, da Fiat, obteve o primeiro lugar dentre as indicações desse significativo contingente de eleitores do segmento, o que acabou sendo referendado pelo júri formado por jornalistas e membros da Academia Brasileira de Marketing.
O trabalho de Ciaco em prol da montadora italiana e hoje também na condução da ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) tem o reconhecimento de todos os setores que integram a comunicação comercial no Brasil.
Dentre os seus múltiplos feitos neste ano, destacamos o mais emblemático, que foi a aprovação da campanha “Vem pra rua”, antecipando-se aos movimentos populares genuínos que marcaram o mês de junho nas grandes cidades do nosso país e, pode-se dizer, estimulando-os, o que possivelmente não estava nos planos do anunciante, embora o desejo estivesse na vontade do povo.
Aí residiu um dos grandes créditos da campanha da Fiat, que até hoje é lembrada pela sua associação com o clamor popular.
A movimentação da sociedade arrefeceu, porque os espertos que dominam boa parte do poder no Brasil, em conluio com os nada inocentes úteis, conseguiram se infiltrar na multidão, desqualificando, com seus atos de vandalismo, uma das promissoras ações de conscientização política e cidadã das mais diversas camadas do povo.
Prática antiga em passeatas de protesto por todo o planeta, a intromissão dos baderneiros nas multidões, que diziam pacificamente um basta a tudo de errado que prossegue no cotidiano do país, conseguiu uma vez mais desencorajar os que de boa fé saíram às ruas para demonstrar seu inconformismo.
Mas o mote da campanha da Fiat ficou na cabeça das pessoas.
Não deve ter sido fácil para João Ciaco aprovar e veicular as peças da mesma nas plataformas de mídia (TV e internet) que atingem todas as classes. Junto com a decisão de marketing, despontou a decisão política, tendo em vista a importância do anunciante no cenário brasileiro, a sua origem estrangeira e a liderança na venda de veículos automotores conquistada não faz muito junto ao mercado.
Ciaco teve a lucidez e a coragem de dar a sua aprovação e se responsabilizar pelos bônus e ônus que toda decisão dessa natureza carrega.
Deu certo. Ajudou a contaminar as multidões. Por isso, mas não apenas por isso, ele é o Marketing Citizen do Marketing Best 2013.
2. Contrariando a voz das ruas, o que vem se transformando em rotina no Judiciário brasileiro, o Tribunal de Justiça de São Paulo, através do seu presidente, cassou medida liminar do juiz de Primeira Instância que a havia concedido por solicitação da Promotoria Pública, suspendendo os absurdos aumentos no IPTU na capital do Estado, já a partir do próximo exercício.
A argumentação da douta presidência do tribunal paulista foi a de que, sem a aplicação desses aumentos nas alíquotas do imposto, estariam em risco a saúde e a educação na cidade de São Paulo.
O pouco que foi divulgado do teor do despacho que cassou a liminar não convence sobre esse aspecto. A impressão que fica é a de que não houve aprofundamento da questão, o que seria necessário mesmo em se tratando igualmente de outra medida liminar (de instância superior), devido à importância o tema, sobrecarregando uma população que contribui de forma exagerada com o erário em todas as suas esferas.
E nem vamos afirmar aqui que, se a contraprestação fosse razoável, ainda poderíamos suportar a carga. Os bons administradores públicos sabem fazer o mais com menos. E isso se transforma em obrigação, embora ignorada pelo poder público, em um país de tantas carências.
Para piorar a questão, há ainda a sobrecarga dos grandes desvios, como frequentemente ficamos sabendo pelo noticiário da mídia, a mesma mídia que alguns que ocupam cargos públicos querem controlar. A sociedade é que deve controlá-los e uma das ferramentas para isso é a imprensa livre, daí o incômodo que esta lhes representa.
3. Este editorial foi redigido no início de mais um feriadão no Brasil e próximo a outro (de “apenas” um dia) que se aproxima, em um mês que já teve Finados e que representa a salvação para a indústria e o comércio em virtude da aproximação do Natal e do fechamento dos exercícios fiscais.
Quando comparam os nossos feriados com os de outros países a eles acostumados, afirmam os que fazem essas contas que o Brasil não ocupa nenhum dos cinco primeiros lugares.
Mas há um embuste nessas contas: elas não consideram os dias úteis entre um fim de semana e um feriado, que acabam sendo “matados” por boa parte da população pátria que pode. E como quem pode tem influência maior sobre quem não pode, o Brasil fica então devagar, quase parando.
É demais para um país com tantas urgências.
Este editorial foi publicado na edição impressa de Nº 2475 do jornal propmark, com data de capa desta segunda-feira, 18 de novembro de 2013