Aos 11 anos, a Catraca Livre tem novo posicionamento: Catraca Causando. O projeto pretende ajudar empresas e marcas a “transformar posicionamento em atitude transformadora”. A partir dessa mentalidade, o portal usa a expertise para criar o C-hub, com serviços que ajudam empresas a encontrar um propósito, executá-lo e acompanhar o impacto. Na entrevista a seguir, Marcos Dimenstein, diretor-executivo da Catraca Livre, detalha o novo posicionamento e a estruturação. “Nos assumimos como um veículo que tem papel de provocação na sociedade, mas acima de tudo que tem uma série de frentes de trabalho ligadas ao que a gente acredita”, explica.
ORIGENS
Catraca Livre nasceu com a proposta de revelar o gratuito na parte cultural da cidade e empoderar as pessoas. Tivemos expansão desse conceito e mapeamos outros serviços, como saúde e educação. O último posicionamento foi o Facilite sua vida, que expandia esse acesso de serviços para o usuário.
EVOLUÇÃO
Vimos uma expansão de conteúdo para hard news e aventar cada vez mais a Catraca como voz que defende causas, que tem iniciativas de comunicação e ativismo em prol de bandeiras e de que há coisas que a gente acredita como importantes para a sociedade. Agora nos assumimos como um veículo que tem papel de provocação na sociedade, mas, acima de tudo, que tem uma série de frentes de trabalho ligadas ao que a gente acredita. Esse é um momento de coroar a percepção da Catraca como espaço de debate e atitude para transformação social.
C-HUB
Catraca sempre foi uma casa de projetos para as marcas, nosso projeto nunca foi banner. O que fizemos agora foi amadurecer isso: o C-Hub. Montamos uma estrutura voltada para ajudar as marcas a pensarem as suas estratégias de comunicação, geração de conteúdo e branded content. Temos um estúdio em que fazemos conteúdo em diversos formatos. Está voltado para estratégias e mão na massa de produção de conteúdo, texto, vídeo, online e experiências. Também percebemos uma demanda urgente de como as marcas vão se apropriar de causas e ser relevantes para a sociedade. Ajudamos as marcas a entender quais são suas causas e qual o planejamento estratégico. Nos propomos a fazer o ciclo completo, desde o entendimento até depois da execução e impacto.
CASES
Temos experiências, como com a 99, que fizemos uma força-tarefa de combate ao assédio no Carnaval em São Paulo, e com o Carrefour, depois da crise com a cachorrinha que morreu, ajudamos a criar uma plataforma ensinando pessoas a cuidarem dos animais domésticos. Também fizemos festivais para Itaú Cultural e para Trident. Há quatro anos fazemos o Equilibre-se a para Coca-Cola, com uma plataforma de comunicação para ajudar as pessoas. Passamos a agregar também uma parte mais estratégica, em que fazemos um processo imersivo de entender a linguagem da marca e como ela pode gerenciar as suas redes sociais, por exemplo. Tudo que já fazíamos para nós, agora sistematizamos com o C-Hub.
EQUIPE
Criamos uma estrutura dedicada, com profissionais de jornalismo, marketing e de projetos. Ao mesmo tempo, esse time está integrado a nossa estrutura como veículo. Criamos um sistema híbrido. Uma ilha isolada não fazia sentido. Queríamos que esses novos serviços estivessem conectados com essa inteligência que já existe. São cerca de 40 pessoas fixas, mas aumentamos quando há uma demanda.
POSICIONAMENTO
Temos de conciliar o nosso DNA e valores, coisas que não são negociáveis, com os desafios de mercado. Achar o equilíbrio entre essa autonomia e não perder a noção de que o que falamos impacta nos negócios. Existe a preocupação de sermos reconhecidos como um agente que é moderado.
IMPACTO CRISE CHAPECOENSE
Foi um episódio de muito aprendizado, que gerou uma série de discussões internas de como a gente lida com situações com catástrofes e assuntos delicados, como o acidente com o avião da Chapecoense. À época perdemos um patrocinador ou outro, e houve uma reação grande do público. Faltou sensibilidade nossa. Isso gerou protocolos internos para ter cuidado e ajudou no processo de reflexão. Ficou para trás do ponto de vista do acontecimento, mas não dos aprendizados.