Estúdios estão instalados nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e no Distrito Federal (Divulgação)

Freddie Mercury sintonizou milhares de vozes em uma das mais sonoras homenagens da música ao rádio, mídia que entoou a sua voz oficialmente no Brasil nos anos de 1920, mas que já havia ensaiado os seus primeiros acordes na experiência do padre gaúcho Roberto Landell de Moura, em 1893, porém, patenteada pelo cientista italiano Guglielmo Marconi cinco anos depois.

Em Radio Ga Ga, o líder do Queen criticava as imagens impositivas da TV nos idos de 1984, eternizando o poder do rádio como forma de expressão. A música permaneceu como um hino mesmo depois da morte de Mercury, em 1991, ano em que “a rádio que toca notícia” surgia no dial.

Há 30 anos, a rádio CBN honra a influência do meio também no mundo da informação. “A CBN continua a ser a rádio que toca notícia, além de trazer análises de alguns dos melhores comentaristas do país, podcasts e tudo o mais que for de interesse dos ouvintes, onde e quando eles quiserem”, comenta Pedro Dias Leite, diretor-executivo de jornalismo da rádio CBN.

Parte do Sistema Globo de Rádio, a CBN possui quatro emissoras próprias instaladas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e no Distrito Federal. Tem ainda cerca de 40 afiliadas com alcance de mais de 700 cidades e quase cem milhões de potenciais ouvintes.

Onde e quando quiser
A estrutura opera por meio de um “modelo único de engajamento e alcance, que começa no áudio e se espalha por todas as plataformas digitais”, explica Leite. Em parceria com os veículos da Editora Globo, há projetos montados com pacotes “extremamente interessantes aos anunciantes, que só nós temos condições de oferecer, pelo leque de marcas e pela força dos veículos”, complementa o executivo.

A preocupação com a interatividade reflete o desejo das pessoas de escutar o rádio onde e quando quiserem. “O rádio não está mais no carro e em casa, está nos celulares, nos assistentes virtuais em casa, em todos os lugares”, contextualiza Leite.

Pedro Dias Leite, diretor-executivo de jornalismo da CBN (Divulgação)

O cenário coloca os podcasts, por exemplo, como um dos recursos mais promissores para levar a programação do rádio on demand aos ouvintes, além de se posicionar como um importante veículo para atrair a publicidade do áudio digital. Bem Estar e Movimento, apresentado nas manhãs de sábado, e o programa CBN AutoEsporte, que vai ao ar aos domingos, são algumas das atrações que funcionam bem tanto no dial quanto on demand.

Tela ou áudio?
A transmissão em vídeo também fala alto na estratégia sem calar o áudio. Ver o que acontece nos estúdios ajudou a aproximar ainda mais os ouvintes. “O rádio não virou tela, nosso foco ainda é o áudio, mas a tela ajuda a chegar a outros ouvintes, em outros ambientes”, garante Leite.

O acordo firmado com o GloboPlay é um exemplo com resultados entre ouvintes e espectadores digitais. “Os âncoras, que já eram a referência para nossos ouvintes, sem dúvida, ampliaram sua presença com as redes, e isso é muito positivo”, destaca Leite.

Um dos assets mais valiosos do rádio, o conteúdo ao vivo permeia quase toda a programação. Apesar do crescente interesse pela oferta sob demanda e pelo podcast, a agilidade do meio no momento de comunicar notícias urgentes ainda é imbatível.

Nos últimos anos, o rádio aprofundou uma de suas principais qualidades. A conversa constante com os ouvintes se refletiu na linguagem, que ficou mais informal sem perder a preocupação com a clareza na informação. Pedro Dias Leite, no entanto, não fala em ressurgimento e sim em empatia. “O rádio nunca deixou a paisagem midiática nem os hábitos dos ouvintes”, frisa. Mas a pandemia da Covid-19 mostrou um papel invejado por outras mídias.

No verso Radio, someone still loves you, a canção do Queen nunca foi tão atual. Com o isolamento, o rádio se transformou em companhia para as pessoas, neutralizando um pouco da aflição sentida durante a quarentena. “Isso aumentou a audiência da CBN”, acredita o diretor-executivo de jornalismo da rádio CBN.