Antonio Prata, Ricardo Laganaro e Janaina Augustin (Créditos: Mari Caldas/Unlock CCXP)

Veja o vídeo abaixo:

Edimarcio Ferreira faz sucesso no TikTok e este fato, basicamente, sintetiza o painel “O futuro do entretenimento”, ocorrido na última terça-feira (3), durante a Unlock CCXP. O evento, vale lembrar, precede a feira principal: a CCXP, que acontece de 5 a 8 de dezembro. O bate-papo foi mediado por André Vasco.

André Vasco (Créditos: Mari Caldas/Unlock CCXP)

A conversa acabou se tornando uma reflexão coletiva sobre o atual momento do mercado de entretenimento. Janaina Augustin, diretora de inovação da O2, iniciou o painel explicando a comunicação atual. “Estamos vivendo num momento bem específico de não saber o que é conteúdo. […] É a Era da democratização da criação, Era onde quem manda são os consumidores e robôs”, analisou.

“Esse momento que a gente tá vivendo tem um culpado: a galerinha que chamamos de Gen Z, que está entre 18 e 24 anos”, elucidou a profissional. Segundo Janaina, essa geração nasceu com o celular na mão. A diretora da O2 destacou como estes jovens estão o tempo todo conectados.

Janaina da O2 (Créditos: Mari Caldas/Unlock CCXP)

Fazendo um paralelo, a profissional também mencionou que os stickers, tão populares em 2019, já contam “histórias faz tempo”. Neste momento, a executiva exibiu reproduções de pinturas rupestres no telão e levou a plateia aos risos.

“A democratização significa que não existe mais conteúdo bom ou ruim. É bom ou ruim depende pra quem”, analisou exibindo alguns exemplos de TikTok que, aliás, Antonio Prata, escritor que também estava presente, chamou durante quase todo o painel de Tic-Tac.

Citando ferramentas como o app Spark AR, Janaina disse que o melhor jeito de criar para uma geração tão dispersa é trazendo o público para a conversa.

Ricardo Laganaro, sócio da Árvore, estúdio brasileiro com modelo de startup, acredita que o entretenimento pode encontrar formas diferentes para engajar o público.

O profissional apresentou trechos do premiado “A Linha”, filme que utiliza realidade virtual para promover a participação do público na história.

“Quando se fala em realidade virtual você pensa em tiros, bomba e porrada. Você pode usar essa tecnologia pra contar histórias boas”, disse. “É nossa obrigação como produtor de conteúdo entender como isso funciona agora”, complementou.

Com “A Linha”, um dos objetivos foi “trazer o corpo de volta para o centro da experiência intelectual”.

Para Antonio Prata, o entretenimento engoliu a realidade. “As pessoas estão votando e escolhendo o futuro do planeta meio que vendo um filme. É um momento muito maluco do que é entretenimento e o que é realidade”, refletiu.

Entretanto, o escritor ressaltou: boas histórias ainda são a coisa mais importante.

Ao observar o case do motorista no TikTok, trazido por Janaina para o painel, é possível identificar pontos em comum que os três painelistas destacaram: conteúdo democratizado e criado por um não-comunicador, o corpo como parte da ação e uma boa história por trás de tudo isso.