Adquirida pela Omnicom em 2016, empresa tem novo board e, segundo o CEO, continua fazendo o PR clássico, mas avançou em outras disciplinas

A CDN fez 35 anos de atividade nesta segunda-feira (10) e promoveu reposicionando, incluindo renovação da logomarca. Fabio Santos, CEO da empresa, afirma que esse movimento é a consolidação das transformações que ocorreram na companhia desde que ela foi adquirida pela Omnicom, em 2016, e aceleradas nos últimos dois anos.

“Embora tenha preservado sua vocação de construir relacionamentos potentes, a agência evoluiu e se modernizou em diversos aspectos nesse período. Continuamos fazendo com excelência o PR mais clássico, com todas suas entregas, mas avançamos muito em disciplinas como mensuração, comunicação digital, influencer marketing e branded content, além de outras”, afirma.

Segundo ele, também foi investido no crescimento da área de inteligência de dados e na atualização e criação de produtos. “E a renovação do fator humano tem sido fundamental para toda essa transformação, claro. Metade do nosso board e 70% dos profissionais da CDN, de maneira geral, integraram e reforçaram o nosso time nos últimos dois anos”, declara o executivo.

Para ele, a mudança é uma percepção sobre o contexto de mercado. “No mundo, em especial nos Estados Unidos, o PR, como diz a expressão condensada na sigla (public relations), sempre foi muito mais do que imprensa. No Brasil, em um passado não muito distante, houve a cisão: assessoria de imprensa é coisa de jornalista; relações públicas só pode ser praticada por quem fez a faculdade de RP; marketing é para quem cursou publicidade”, relata Santos, acrescentando: “No novo mundo, o digital embaralhou tudo e o mercado se transformou. O que faz sentido dizer, hoje, é que o PR é uma disciplina de comunicação transversal e ampla, apoiada nos relacionamentos com os públicos de interesse, sejam eles quem for e estejam eles onde estiverem. É exatamente o que fazemos e entregamos para os nossos clientes”.

Quando perguntado se a assessoria de imprensa foi engolida e ampliou sua atuação para outros campos da comunicação, ele simplesmente fala que a assessoria de imprensa continua tão importante quanto sempre foi, mas ela não se dá mais apenas pelo contato com os jornalistas. “Esse público também é impactado pelas ações no digital ou pelo chamado ‘PR stunt’, aquele tipo de ação, em geral surpreendente, que gera interesse em quem é impactado diretamente, mas se espalha porque vira notícia e é compartilhada nas redes sociais”.

Para ele, em ambiente tão complexo, multiplataforma e dinâmico como o atual, nenhuma disciplina, sozinha, consegue dar conta de atender todas as demandas das marcas. “Por isso, nosso entendimento e nossa prática de PR são abrangentes, versáteis, dinâmicos e transversais”.  

Santos explica ainda o conceito The PR Powerhouse, adotado pela agência, que destaca a capacidade da empresa em atender grandes marcas com grandes demandas, combinando a fortaleza do relacionamento, produzindo diálogos relevantes e eficazes com os públicos dos clientes. “Isso fica claro quando mencionamos alguns dos nossos clientes: Pfizer, Samsung, Latam, SuperVia, Warner/Universal, Pacaembu e Braskem. Traduz também o fato de que temos talentos multidisciplinares, trabalhando orientados por dados, apoiados em tecnologia, com monitoramento e mensuração de resultados. Tudo para elaborar estratégias efetivas de construção de reputação”.

Segundo o executivo, é um meio de mostrar que eles são confiáveis e sólidos (tem vários clientes que estão na agência há mais de dez anos), mas também versáteis e multidisciplinares, com produtos e serviços para atender as mais diversas demandas de comunicação, seja qual for o meio, o formato ou a plataforma.

A CDN terá campanha publicitária criada pela DM9, que, segundo ele, evidencia a capacidade de construção de diálogo. “Porque acreditamos que um impacto relevante na sociedade e nos negócios só pode ser alcançado quando as marcas se abrem para a troca. Sendo assim, a CDN é a agência capaz de ajudar essas empresas e instituições a navegar nesse contexto pela via mais poderosa: a do relacionamento”.

Ele revela que a campanha conta com anúncio em mídia impressa e um enxoval de peças para os meios digitais, incluindo um vídeo institucional que deve ajudá-los a contar a história desse reposicionamento.

Hoje, dados são fundamentais para qualquer área e ele sabe que pesquisa e mensuração direcionam as estratégias de earned, paid, owned e shared media. E que dados de performance são constantemente traduzidos em criação e conteúdo ao mesmo tempo em que nos guiam em mudanças e ações táticas em cada canal e com cada público. “Temos, na CDN, o IQEM, um índice de mensuração da qualidade de exposição das marcas em earned mídia. É uma metodologia exclusiva e proprietária que combina inteligência artificial e inteligência humana para mensurar a exposição das marcas, o impacto em sua reputação e dar valor monetário aos resultados de comunicação”, conta.

Para ele, hoje, o PR, mais que nunca, é uma ferramenta de marketing. “Quando digo isso, não significa abandonar a ideia de que o PR sempre foi uma das principais ferramentas de construção de reputação. Mas, sim, que hoje não há marketing sem reputação. Além disso, num mundo multipolar, com diversificação de vozes (hoje somos todos mídia e somos todos fontes de informação e opinião), a ideia de que é possível ‘dominar a narrativa’ por meio de ações de marketing e comunicação é um equívoco”. Santos afirma que um mundo confuso, complexo e instável pede hoje diálogo. “É a capacidade de ouvir e entender o que os públicos de interesse precisam, é a capacidade de responder com fatos, dados e argumentos fundamentados a essas demandas. Ora, a isso se chama relacionamento. Essa é a praia do PR, que, portanto, é essencial para a comunicação”, conclui.