Estudo desenvolvido pela Data-Makers e CDN mostra que líderes preveem aumento nos investimentos, mas admitem desafio na economia do país
Entender as percepções, sensações e expectativas para o próximo ano é um grande termômetro para antecipar cenários e projetar estratégias. Pensando nisso, o instituto de pesquisa e big data Data-Makers e a CDN apresentaram a pesquisa "Líderes de negócios e perspectivas para 2024".
A análise contou com a participação de 216 líderes de negócios, entre CEOs e C-Levels de diferentes segmentos, que compartilharam prognósticos para a economia, os negócios e suas carreiras.
O estudo abordou a retrospectiva de 2023 e as expectativas para o ano que começou nesta segunda-feira (1/1). Segundo os dados apresentados, os executivos estão apostando em 2024 como um ano de mudanças na vida profissional e pessoal.
As oportunidade mais citadas foram a 'atuação como conselheiro' com 60% de menções, 'melhorar a saúde física' (51%) e 'conquistar estabilidade financeira/aumento de patrimônio' (43%).
A análise também apontou que os executivos estarão em busca da 'realização no cargo atual' (32%), item que fica na frente de 'mudança de empresa' (21%).
Sobre os sentimentos associados ao que os executivos esperam para 2024, 'esperança' se destaca com 42% das menções, seguida de 'gratidão' (14%) e 'felicidade' (13%). Já entre as tendências mais mencionadas para 2024 estão inteligência artificial (58%), transformação digital (57%), ESG (35%), experiência do cliente (31%) e diversidade, equidade e inclusão (28%).
Desafios e oportunidades em 2024
Para os executivos, os desafios do ano estão nos gastos públicos elevados (68%), política interna (66%), inflação (44%), queda de demanda interna (33%) e escassez de crédito (25%).
"Mais do que oscilações na demanda e variações cambiais, os temas econômicos que estão tirando o sono dos executivos são principalmente questões internas. O temor é ainda maior do que a inflação, que tradicionalmente é um ponto crítico para nós brasileiros", pontuou Fabrício Fudissaku, CEO da Data-Makers.
Para os indicadores econômicos, os líderes apontaram para a expectativa de aumento nos juros, inflação, desemprego, dólar e serviços, além de também esperarem pela queda no PIB, indústria e comércio e a previsão do equilíbrio no mercado interno.
Entre os indicadores de negócios, os C-Levels apontaram para o aumento dos investimentos em RH (36%), marketing (40%), vendas (33%), tecnologia (42%), dados (42%), infraestrutura e operações (38%).
Em RH, os maiores investimentos devem ser em treinamento de talentos (56%), contratações estratégicas (49%) e ferramentas e sistemas de gestão (33%), enquanto o setor de marketing deve receber maior injeção de aportes redes sociais/marketing digital (67%) e campanhas de comunicação (50%).
A receita de investir na capacitação em 'treinamento e qualificação' do time será a principal estratégia (58%) de vendas adotada pelos executivos em 2024. Na sequência, aparece 'sistemas de gestão' (39%) e 'expansão da equipe de vendas' (38%).
Inteligência artificial é um dos temas do momento, sendo assim o principal destino de investimentos em tecnologia (60%) para 2024. Chama a atenção também a participação de cibersegurança (51%), outro assunto emergente nas conversas entre líderes. O tema talentos, um ponto crítico para área, também foi citado. Assim, 26% das empresas investirão em contratação de talentos e 18% na expansão do time.
Já em dados, os maiores movimentos previstos estão em ferramentas e aplicações de IA (47%), estrutura de dados (47%), big data (33%) e adequação à LGPD.
2023
De acordo com a pesquisa, boa parte dos entrevistados fez uma análise positiva do ano que passou, com 46% assinalando 2023 como bom ou excelente. As avaliações mais favoráveis foram na esfera individual, entre vida pessoal com 74% e carreira com 65%.
Já no contexto coletivo, 47% dos líderes consideraram o ano apenas razoável na economia geral e para o Brasil. Além disso, 'preocupação' foi a palavra que resumiu 2023 para 32% dos entrevistados.
Durante o período analisado, a principal preocupação do líderes de negócios foi 'resultado da empresa' (65%), 'vida pessoal' (39%), 'saúde' (32%) e 'saúde mental' (31%). Outra grande preocupação ficou em 'fatores macroeconômicos' (57%).