A votação do impeachment retardou investimentos e decisões estratégicas em empresas brasileiras, segundo 48% dos diretores e gestores financeiros ouvidos pela Câmara Americana de Comércio/Amcham. A pesquisa foi aplicada no último dia 23 de agosto, durante edição do CFO Fórum promovido em São Paulo. Outros 35% dos consultados afirmam que a indefinição politica não é um fator de impacto no adiamento de investimentos e estratégias de negócio, 17% preferiram não declarar ou avaliar impacto.

A enquete realiza pela Amcham envolveu 155 executivos de empresas dos mais variados portes e segmentos. Na percepção de 67% deles, a recente onda de otimismo visto em alguns setores ainda é uma questão pontual, sendo um voto de confiança ao governo de transição e segue sem base concreta que garanta uma melhora da economia, seguindo na espera de reformas e ajustes . Uma parte menor (24%) dos consultados enxergam já uma retomada concreta da economia, em crédito a nova agenda econômica e ajustes do atual governo. E 6% não observam otimismo.

Quando questionados sobre o possível cenário de 2017, a maioria (73%) dos diretores financeiros acredita que a economia deve retomar e trazer melhoras nos indicadores de consumo e produção. Para 22%, a incerteza perdura, com agravamento da crise no próximo ano.

Alguns fatos também preocupam os CFO’s brasileiros. Na pesquisa da Amcham, eles listam como grandes pontos de observação em comum: consumo em baixa (39%) ; possibilidade de aumento de impostos (17%); inadimplência alta (14%); câmbio volátil (13%) ; e crédito escasso (5%).