Com cerca de 50 páginas (até aqui) de anúncios de grandes marcas, prestigiando mais um aniversário do PROPMARK (agora são 55 anos consecutivos), sentimo-nos felizes por esse reconhecimento do mercado a um trabalho jornalístico não apenas sério (nada mais que obrigação), mas também completo na cobertura dos fatos e razões que impulsionaram a propaganda e o marketing brasileiro a estarem em companhia de países mais desenvolvidos que o nosso no setor.

São poucos, temos de reconhecer, mas existem e muito nos ensinam a melhorar, tornando-nos sérios concorrentes às suas grandes e respeitadas lideranças mundiais. A propaganda e o marketing praticados em nosso país vieram se juntar a outros paradigmas que nos fazem conhecidos e respeitados no planeta, colocando-nos em posição de destaque quando deles se fala e pratica, elevando ainda mais a bandeira brasileira.

Ao completarmos, no último 21 de maio, 55 anos de circulação ininterrupta (a edição comemorativa foi adiada para 15 de junho, devido à pandemia, como se recordam nossos leitores) deparamo-nos com um setor completamente diferente daquele onde nasceu o PROPMARK (então Asteriscos), onde os meios eram poucos (em relação aos dias de hoje) e facilmente decorados pelas pessoas.

Até antes do digital, já tínhamos um avanço nesse sentido, com novas mídias inundando as cidades (algumas com exagero) e dificultando o trabalho dos profissionais do setor nas agências, que passaram a se especializar cada vez mais para melhor atender e programar os meios que pudessem rapidamente satisfazer os objetivos de vendas dos clientes-anunciantes.

Até que entra em ação um novo sistema, novíssimo, que se aperfeiçoa a cada dia, exigindo agora de todos os publicitários e não apenas dos profissionais de mídia, além dos próprios clientes-anunciantes, não simplesmente um aumento de conhecimento em relação a todo o conjunto da obra que denominamos meios, mas uma grande expertise em diversas outras disciplinas para melhor se lidar com o que poderíamos chamar de revolucionário mundo digital.

Os meios tradicionais lutam como nunca para se manterem, utilizando-se inclusive do digital para suas versões mais ágeis. Mas nesse mercado em rápida transformação ocorreu e prossegue ocorrendo um fato incomum quando um novo e moderno equipamento (em qualquer setor) surge: geralmente o que ocorre é que o novato vai custar mais caro, às vezes muito mais caro. Com o digital tem sido o contrário e esta é uma das suas múltiplas revoluções: em média ele custa menos e na teoria oferece mais. Dizemos na teoria, porque felizmente para os demais não pode ocupar todos os lugares onde antes se sentavam o que hoje chamamos de meios tradicionais.

Há ainda algumas funções e objetivos da publicidade (e da comunicação em geral) que necessitam das antigas ferramentas para obterem senão o melhor resultado, ao menos o da certeza mais concreta. Afirmam alguns experts que em um futuro breve só haverá o digital. É o tipo da previsão difícil de se apostar, pois depende de chegarmos lá adiante para checar essa afirmação. Porém, resta a dúvida sobre em qual geração a previsão se concretizará. Enquanto isso, apesar do inegável crescimento do digital, como ocorreu ainda que em menor escala e em um mundo menor com a televisão, continuaremos repartindo o nosso dia a dia com todas as mídias, que até curiosamente não só não param de se reinventar (as existentes), como a terem novos rebentos no que ainda podemos chamar de universo analógico.


Um dos fatores que merecem aplausos no combate ao coronavírus em nosso país está em São Paulo (tanto estado como capital), por saber usar (e bem) a comunicação para melhor instruir a população no resguardo à terrível pandemia. As peças publicitárias dessa campanha, se não são exatamente de ganhar prêmios (talvez uma heresia), merecem destaque pelo esforço dos seus responsáveis em esclarecer de forma bastante acessível, pois aí se lida com todos os públicos ao mesmo tempo, com variadas dicas visando minimizar os efeitos terríveis desse inimigo oculto.

Curiosamente, São Paulo é o sítio brasileiro com maior número de infectados e vítimas fatais. É de se perguntar, porém, se não houvesse o suporte publicitário no combate ao inimigo invisível, quanto ainda mais subiriam os números de vítimas, infectadas e fatais, desse grande mal do século 21, que ainda em seu primeiro quinto assusta e prossegue assustando a todos, transformando-se em um grande mal ainda difícil de ser calculado, pelos estragos que prossegue fazendo mundo afora.

Não apenas o cidadão comum, mas também os cientistas estão perplexos com os estragos produzidos por essa pandemia verdadeiramente demoníaca, que a todos assusta e teve o poder de mudar o comportamento diário e normal da natureza humana. Nem as Sagradas Escrituras previram sequer algo parecido, com a peste negra virando quase que uma doença grave, porém comum, se comparada a essa invasão de até então um vírus desconhecido, produzindo um estrago sanitário e econômico no planeta, do qual nem mesmo a Segunda Grande Guerra (1939/1945) foi capaz.


Enquanto os governos do estado e do município de São Paulo merecem palmas por recorrerem maciçamente à comunicação, melhor detalhando o combate à Covid-19, o governo federal pouco faz em comunicação a respeito, ele que dispõe de verbas gigantescas de publicidade e ainda de muitos ministérios, empresas e autarquias, que durante o ano desempenham o seu papel utilizando-se também do arsenal da comunicação publicitária. É realmente de se lamentar.


É a nossa editora-chefe, Kelly Dores, quem nos chama a atenção para três dos muitos destaques desta edição do PROPMARK:

  • Investimentos em mídia caem no primeiro trimestre, revela Cenp-Meios. Comparado a 2019, levantamento mostra queda de 22%: de R$ 3,7 bilhões para R$ 2,9 bi.
  • Globo e SBT criam soluções self-service para a compra de anúncios. Ferramentas são voltadas para empresas de pequeno e médio porte e visam democratizar acesso a veiculação na TV e plataformas digitais.
  • Band unifica venda de publicidade para todos os veículos do grupo.
    Comando estratégico da área comercial terá a liderança de Cris Moreira; jornalismo também será centralizado sob liderança de Rodolfo Schneider.

Encerramos este Editorial agradecendo à colaboração da agência F&Q Brasil, por ter criado voluntariamente toda a campanha publicitária da edição comemorativa dos nossos 55 anos de circulação ininterrupta. Um elogiável trabalho de profissionais e artistas.