Parece assustador falar para um robô montar uma playlist com suas músicas favoritas? Ou seria surreal comprar flores e organizar um jantar romântico sem ter que ir à floricultura ou ao restaurante? Imagine então ter seu apartamento climatizado e a luz do hall de entrada aceso, sendo que você nem saiu do escritório?

Obviamente, comando de voz, geolocalização e big dados já não são novidades em nosso cotidiano, afinal, usamos essas tecnologias nos muitos apps que ‘baixamos’ em nosso celular. Mas preciso lhe afirmar: até 2020, não precisaremos mais deles ou eles entrarão em nossas vidas de um jeito ainda mais avassalador.

Assim como hoje em dia você não precisa mais do seu desktop para trabalhar – afinal, quase tudo pode ser resolvido pelo seu smartphone – em um futuro bem próximo não será mais necessário ter um aplicativo para cada ação. Na verdade … já não é mais necessário.

E estou falando de Bots, inteligência artificial e realidade virtual, que convergem e estão cada vez mais inseridos no nosso cotidiano e no das empresas, mesmo que nem sempre isso esteja tão visível.  Como? O Whatsapp já está usando bots para auxiliar grupos de usuários a criarem eventos, a Amazon tem entregado funcionalidades incríveis com a Alexa e o Superplayer tem o Zak, um robô que fala com você como se fosse um amigo que conhece tudo sobre música.

Falarei primeiro do Zak, um robô que conversa com o usuário e oferece os estilos musicais que você pede. No meu primeiro acesso, escolhi um indie rock. Selecionei uma das três opções e na sequência ele já me perguntou “o que você achou da palylist selecionada?”. Despretensiosamente, escrevi “Queria algo mais animado”. E ele me sugere mais outras três e, ao optar por uma delas, ouvi desde Interpol e Clash a Demi Lovato, Bastille e Carly Rae com a sua musiquinha famosa I really like you. O restante da lista foi ok.

Claro que neste primeiro acesso o Zak ainda não descobriu sobre os meus estilos musicais e o Superplayer não tem nada de diferente se comparado ao Spotify, Itunes e Google Play Music em termos de organizar playlists e oferecer conteúdo com base no que gosto de ouvir. O fantástico dessa história é que estou literalmente conversando com um robô, me fazendo acreditar que está próximo o fim do call center e do gerundismo humanizado!

Já é sabido também que o que acontece lá fora chega aqui em breve. Por isso, estamos esperando a Alexa, a governanta-robô da Amazon. Sob o seu comando de voz, ela dá um play em seu Spotify, te atualiza sobre as noticias que você acompanha em seus sites favoritos, apaga e acende as luzes da sua casa, chama uma pizza se você quiser. Ela também organiza suas compras, juntamente com os dashbuttons que, a um clique, entrega as mercadorias que estão faltando nos armários de sua casa. É a Amazon usando bots para entregar comodidade aos seus clientes.

De forma bem modesta, já temos por aqui o Max, o bot do Whatsapp que organiza eventos para grupos de conversa e o Facebook que incentiva as empresas a construírem os seus bots a partir do Messenger. Tem até API pronta para os desenvolvedores (veja aqui).

Claro que às vezes somos conservadores, algumas marcas tendem a se manter no arroz com feijão ou sequer precisam apresentar um segundo cardápio. Mas, se a empresa quer inovar, satisfazer, encantar e, principalmente reter, certamente deverá abandonar o velho hábito de resistir. Até porque daqui a pouco teremos carros voando, tais quais os da Orbit City, série de desenhos animados The Jetsons. E a sua empresa ainda estará com as rodas presas ao chão?

Samuel Leite é jornalista, sócio e head de digital da MZ