Diretor geral de criação da McCann Argentina, Chavo D’Emilio irá lançar no próximo dia 23 de agosto, em Buenos Aires, seu primeiro filme de ficção: “A despedida”. O longa-metragem conta a história de José (interpretado por Carlos Issa), quarentão, funcionário público e ex-goleador do time de futebol amador Unida Fútbol Club.
Obcecado pelo futebol, ele carrega uma doença que piorou com o passar do tempo e que ele mantém em segredo. Sua vida está num momento difícil: seu time está a ponto de ser rebaixado, seu técnico já não o considera mais e sua mulher quer ter um filho. Para piorar a situação, seu médico lhe pede para que ele pare de jogar, já que sua condição de saúde põe em risco sua vida. José, no entanto, sabe que deixar de jogar é assumir o fim e, então, decide apostar as fichas: jogar uma última partida, para fazer dela sua despedida do esporte perante os amigos. A partida, numa localidade a 300 quilômetros de distância, se torna uma desculpa para uma última viagem, entre aventuras, porres , confissões e amores.
Para D’Emilio, “A despedida” é um filme que tentar misturar dois mundos supostamente antagônicos: a cultura popular e o cinema independente. “Busca ser um filme dentro das estruturas comerciais, mas com um espírito livre, em que os valores humanos são ressaltados e levam o espectador a conectar-se com emoções distintas, como humor, memórias, empatia e nostalgia”, afirma, definindo a obra como “uma metáfora da vida”.
O criativo diz que foram cinco anos entre o início da concepção do roteiro e a finalização, passando pelo levantamento da verba necessária para realizar o projeto e a aprovação pelo Incaa (Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais), o órgão incentivador do cinema argentino (uma agência estatal, similar à Ancine no Brasil). “Também passei pelo processo de seleção dos atores, onde mesclei desde nomes conhecidos até outros vindos do teatro independente”, revela.
Comparando com a publicidade, D’Emilio diz que o cinema possui códigos culturais diferentes. “O cinema lhe dá uma liberdade maior. Não tem prazo apertado, nem um anunciante que lhe passa uma briefing”, completa.