“Dê água pra ela beber/Dê roupa pra ela vestir/Saúde pra dar e vender/Dê paz pra ela descansar”, cantou Céu, toda vestida de branco, na abertura do 17º Prêmio Claudia, em cerimônia realizada na noite desta segunda-feira (8), na Sala São Paulo, capital paulista. A canção, intitulada “Rainha”, adiantou o título das homenageadas da vez, chamadas ao palco pelo mestre de cerimônias Eduardo Moscovis. Sorridente e calorosamente aplaudido pelo público feminino, o ator convidou ao palco o presidente do conselho administrativo da Editora Abril, Roberto Civita. “De 250 nomes inscritos, destacamos 19 finalistas. Todas essas mulheres contribuem para melhorar a vida de suas comunidades e, portanto, merecem reconhecimento. Elas têm o ‘espírito Claudia’, uma revista que se renova permanentemente, e hoje sairemos daqui tocados e inspirados a seguir seus exemplos”, declarou o executivo.

As palavras de respeito e motivação seguiram com Luiz Seabra, copresidente e fundador da Natura, patrocinadora do prêmio. Citando a opressão sofrida pelas mulheres no decorrer da história mundial, ele relembrou as homenageadas especiais dos últimos dois anos, a escritora Lygia Fagundes Telles e a apresentadora Hebe Camargo, que morreu no último dia 29 e recebeu da plateia uma salva de palmas. “Todas as presentes nesta noite, assim como elas, têm vocação para estrelas”, disse.

Neste ano, a homenageada hors-concours foi Dilma Rousseff. Os compromissos impediram a presidente de ir ao evento e ela foi representada pela ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas. Com o prêmio em mãos, a jornalista leu uma carta escrita por Dilma. “Recebo esse título com muita satisfação. Agradeço a escolha que me deixa ao lado de Lygia, Bibi Ferreira [homenageada em edições anteriores] e Hebe. Ainda há muito a fazer no Brasil. É necessário continuar lutando contra a violência, é justo exigir equiparação salarial para as mulheres. As homenageadas desta noite são apenas algumas das construtoras que transformam o país em um lugar melhor”, afirmou a governante em suas linhas.

As seis vencedoras do prêmio foram eleitas por voto popular e por um júri que incluiu o apresentador Luciano Huck, o maestro João Carlos Martins, a atriz Marieta Severo e a ex-senadora Marina Silva, entre outros.

Prêmios

A presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Helena Nader, foi a responsável por entregar a Marcia Mantelli o prêmio na categoria Ciências. Emocionada, a engenheira mecânica, que desenvolve um projeto para o uso racional de energia com base em tecnologia espacial, agradeceu à família e, com destaque, à avó. “Sem muito estudo, ela era capaz de pegar um livro e ensinar a quem fosse preciso, como fez tantas vezes”, contou. Na categoria Negócios, o título coube a Heloísa Helena Assis, ex-empregada doméstica e hoje dona de uma rede de salões especializada em cabelos crespos, o Instituto Beleza Natural. A carioca recebeu o prêmio das mãos de Luiza Helena Trajano, proprietária da rede Magazine Luiza e vencedora da noite oito anos atrás.

Outras vitoriosas foram Maria Ivoneide do Vale, fundadora do Banco Comunitário Tupinambá (PA), na categoria especial Consultora Natura Inspiradora; Dane de Jade, gestora cultural e idealizadora da Mostra Sesc Cariri (CE), na categoria Cultura; Eliana Calmon, corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na categoria Políticas Públicas; e Erika Foureaux, fundadora do Instituto Noisinho da Silva, ONG que desenvolve mobiliário exclusivo para crianças com deficiência física, na categoria Trabalho Social.

Homenageada especial

Comemorando os 50 anos de carreira, Regina Duarte subiu ao palco para entregar o prêmio a Erika Foureaux e recebeu de Moscovis a notícia de que seria a grande homenageada da noite. Um vídeo com imagens marcantes da atriz foi exibido, embalado por canções de Chico Buarque e Roupa Nova. Ao final, ela recebeu das mãos da filha, Gabriela Duarte, um enorme buquê de flores.

 

Encontro de gerações

O prêmio Claudia chegou ao fim com um dueto de Céu e Wanderléa. Sob as luzes da Sala São Paulo, as artistas relembraram sucessos da Jovem Guarda, entre eles “Prova de fogo” e “Pare o casamento”. As rimas de “É preciso saber viver”, de Roberto e Erasmo Carlos, foram cantadas em coro pelo público presente.