O Festival do Clube de Criação 2015 começou sua programação na tarde deste sábado (19) anunciando a reformulação do Anuário, tradicional prêmio da entidade. Fernando Campos, sócio diretor de criação da Santa Clara e Presidente do Clube de Criação, e Guilherme Jahara, CCO da F.Biz, apresentaram a nova estrutura da premiação que, a partir de 2016, irá julgar as peças em categorias por negócios, e não mais categorias por meios.
Campos explica que as mudanças foram pensadas com base na coerência, o qual não mais se baseariariam nos meios para julgar os trabalhos, mas que o prêmio reproduzisse os mesmos critérios usados nas apresentações feitas aos clientes. Além disso, Jahara ressaltou que o julgamento das peças acontecerá dentro de seu ambiente de negócios, porque o contexto pode mudar o sentido das ideias.
“Precisamos ter relevância para que o trabalho do júri não acabe nas páginas do Anuário, mas sim nas discussões importantes sobre o nosso mercado”, explica Jahara. Ele ainda destaca que é preciso haver justiça, pois não adianta querer comparar um velocista de 100 metros rasos, com um atleta de 100 metros com barreiras. “Julgar trabalhos de contextos diferentes deve ser feito sem colocá-los em um mesmo saco”.
Os meios, segundo Campos, não vão morrer. Eles vão funcionar como um modo de exibição e organização das peças para os jurados. “E ainda uma única peça não ganhará uma dezena de prêmios. Cada uma poderá ganhar medalhas nas suas categorias de produtos ou serviços, e caso seja ouro, estará disputando o Grand Prix também. Vamos continuar com três bronzes, duas pratas e um ouro em cada categoria”, esclarece Campos.
Para estimular que o número de inscrições cresça e não diminua com a possibilidade de inscrever uma peça em diversas categorias, o Clube de Criação lança uma nova proposta em que as agências terão a oportunidade de inscrever peças que normalmente não seriam inscritas. “Vai existir uma categoria de produto ou serviço totalmente adequada para cada ideia”.
O modelo financeiro também sofrerá alteração. As agências terão dez inscrições gratuitas. Para a agência que for sócia-estrela, terá direito a trinta inscrições de graça e R$ 100 por inscrição extra. As inserções ficarão em R$ 3 mil cada. “Fizemos um estudo com o ano passado e nesse modelo, nenhuma agência gastaria mais do que gastou e algumas delas gastariam menos. Teremos mais agências inscrevendo mais peças, que vão aumentar no primeiro ano, com manutenção do critério do que é publicado depois”, afirma Campos.
“Se esse modelo é tão bom, porque os outros prêmios não são assim? Porque eles são business e nós somos uma entidade, e quando fazemos um anuário estamos prestando um serviço. Não brigamos para sermos gigantes, mas para sermos os melhores”, conclui Campos.
Sobre o Festival
Durante a abertura do Festival do Clube de Criação 2015, Fernando Campos falou que o evento tem como missão buscar a diversidade falando de comunicação, cultura, arte, e tudo o que influencia o momento da criação. Neste ano, a aposta está na integração de diversas área se encontrando para falarem de criatividade, misturando mercado e academia, profissionais e estudantes.
“Queremos integrar o negócio com o cliente, para que esse produto criativo seja bem rentável. Integraremos as regiões, com a transmissão via streaming para várias partes do Brasil. Tiramos o SP do nosso nome em 2015, porque queremos juntar experiências brasileiras, atraindo pessoas de todos os tipos e idades. Estamos nos renovando e pensando que, se não existisse o clube, como ele seria? O mercado criativo não pode ser conservador no Brasil e, às vezes, ele é”, discute Campos.
O Festival do Clube de Criação acontece de 19 a 21 de setembro na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.