Executive chairman, João Camargo fez mudanças desde que assumiu o comando, como encerrar grade de soft news; emissora atingiu breakeven
Cabo, streaming, parabólica e rede aberta. O plano de João Camargo, executive chairman da CNN Brasil desde outubro do ano passado, quando aceitou o convite do empresário Rubens Menin, franqueado da marca americana de mídia audiovisual no país, é estar presente em todas as plataformas acessíveis aos telespectadores.
No momento, a empresa está com M&A (Mergers & Acquisitions) para a possível aquisição de uma rede aberta de televisão. O prazo para a execução das cláusulas do protocolo é sigiloso.
Camargo prega responsabilidade para gerar receitas capazes de sustentar o crescimento da operação com lucro. Ele celebra o retorno da emissora ao breakeven após cerca de um ano atuando com receitas negativas. Para isso, foi preciso consolidar mudanças logo na sua primeira semana na CNN que, nas suas palavras, teve e tem por objetivo “virar o jogo”.
Medidas como extinguir a programação de soft news para se concentrar no hard news; reduzir pessoal; diminuir custos de locação e promover a renegociação de contratos com fornecedores, por exemplo, foram essenciais para a recuperação financeira e a prospecção de um futuro mais auspicioso para a marca de mídia no mercado brasileiro.
“Tínhamos de agir imediatamente para aproveitar todo o potencial que a CNN tem. Estrategicamente impus um ritmo mais dinâmico: não podíamos continuar com a programação soft news, que ocupava cerca de 70% da grade e tem concorrência de mais de 100 canais de TV. Com foco nas notícias, recuperamos a 2ª posição no ranking de canais noticiosos. O reflexo é que o nosso site cresceu 70%, com mais de 90 milhões de unique views. Em dezembro ultrapassamos a Folha de S.Paulo e também o Estadão. A CNN foi a emissora que mais cresceu no PNT (Painel Nacional de Televisão da Kantar Ibope Media), uma média 75% em comparação de janeiro de 2022 com o mesmo mês de 2023. Em São Paulo, o desempenho chegou a mais de 64%; e no Rio de Janeiro, em mais de 78%”, detalha Camargo.
A filosofia da CNN para atrair a confiança dos telespectadores é simples: transmitir a informação com imparcialidade. “Passamos a abordar os assuntos com duas visões, pró e contra. Ao sentir a visão de duas correntes de pensamento, a recuperação do Ibope foi uma consequência. Não podemos reclamar das decisões. A CNN foi a única emissora a performar bem em janeiro e fevereiro de 2023, ao contrário do mercado. Queremos manter esse ritmo”, coloca Camargo.
Leia a entrevista completa na edição desta semana no PROPMARK