Lançado pela L’Oréal Luxo, com o Mover e outras entidades, documento reúne dez normas que recomendam mudanças em protocolos das lojas
O estabelecimento deve garantir o pronto atendimento do consumidor negro, assegurando-lhe tratamento digno, respeitoso e equânime. Esse é o texto do Artigo 2º do Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro. Inspirado no código que protege os consumidores em geral, o documento foi lançado pela L’Oréal Luxo, em parceria com o Movimento pela Equidade Racial (Mover), em uma iniciativa inédita no setor de luxo, que busca transformar a experiência de consumo de pessoas negras.
A agência Beta Collective foi responsável pela idealização do projeto e contou com a colaboração de instituições como Black Sisters in Law, ID_BR, Estúdio Nina e outras. Bernardo Tavares, fundador da Beta Collective, explica o papel de cada entidade envolvida: “Foi um processo profundamente colaborativo. Desde o início, trabalhamos com muitas pessoas com lugar de fala e experiências que enriqueceram o projeto — não só da Beta Collective, mas de diversos parceiros. A construção envolveu pesquisa, escuta e um grande cuidado com cada etapa.
Tivemos aulas com os responsáveis pelos estudos e mergulhamos em um volume de dados muito grande, o que tornou o processo ainda mais desafiador. Mais do que um projeto de publicidade, foi um trabalho de responsabilidade coletiva”.
Ele completa: “O ID_BR e o Estúdio Nina contribuíram desde a origem, com a pesquisa que baseia o código. Depois, a Black Sisters in Law assumiu a criação das normas, colaborando não só no conteúdo, mas na concepção de artigos que teriam um efeito moral, não jurídico. A intenção nunca foi fazer algo oficial, mas sim algo com poder de transformação real, direto, acessível”.
Com dez diretrizes de autorregulamentação, o documento propõe mudanças concretas no atendimento e nos protocolos das lojas, inspiradas por dados da pesquisa ‘Racismo no varejo de beleza de luxo’, realizada em 2024.
De acordo com o estudo, conduzido pelo Estúdio Nina, 91% dos consumidores negros das classes A e B afirmam já ter vivenciado situações de racismo em estabelecimentos de luxo. Em média, cada um desses consumidores relatou ter passado ao menos por nove dos 21 dispositivos discriminatórios identificados.
Leia a matéria completa na edição do propmark de 19 de maio de 2025