O segmento de comércio eletrônico brasileiro faturou R$ 28,8 bilhões em 2013, um recorde para o segmento. De acordo com o relatório Webshoppers, divulgado pelo e-bit nesta quarta-feira (28), o e-commerce no país cresceu 28% em relação ao ano anterior, impulsionado pela entrada de 9,1 milhões de novos consumidores. Ao longo do ano, 51,3 milhões de pessoas compraram algum produto em lojas online.
O levantamento destaca a evolução do setor nos últimos anos, apesar da inflação em tendência de alta e do baixo crescimento econômico do país. Em 2011, o setor movimentou R$ 18,7 bilhões, valor que saltou para R$ 22,5 bilhões em 2012 até chegar aos R$ 28,8 bilhões registrados no ano passado. De acordo com Pedro Guasti, diretor executivo do e-bit, uma das alavancas do e-commerce em 2013 foi a Black Friday. “Ela gerou R$ 770 milhões em um único dia, quando a média do setor é de R$ 80 milhões”, disse.
A categoria com maior participação nas vendas é o de moda e acessórios, com 19% de share. Hoje, a cada 10 produtos comprados pela internet, dois são desta categoria. Em seguida, vem as categorias de perfumaria, cosméticos e medicamentos, com 18% de share, e de eletrodomésticos, que vem perdendo fôlego e teve 10% de participação nas vendas em 2013.
Outra alta apontada pelo relatório é a de compras feitas por dispositivos móveis. Elas praticamente dobraram ao longo de 2013, saindo de 2,5% em janeiro para 4,8% em dezembro. Em janeiro de 2012, o mobile commerce representava somente 0,8% das vendas. A expectativa do e-bit é que o m-commerce alcance 10% no final de 2014.
Enquanto todos os números do e-commerce estão em escala ascendente, o tíquete-médio apresentou retração. Em 2011, o consumidor gastava, em média, R$ 349 por compra, número que caiu para R$ 327 no ano passado. Guasti explica que a queda pode indicar redução no poder de compra, mas não somente isso. “Também está havendo deflação nos preços dos produtos online. Além disso, o consumidor pode estar migrando para categorias de preços mais baixos”. Um exemplo seria a troca de produtos eletroeletrônicos, mais caros, por itens de moda e acessório, em geral mais baratos.
Previsões
As expectativas para 2014 são de crescimento menor que o registrado nos anos anteriores. A previsão é que o setor neste ano cresça 20% e movimente R$ 34,2 bilhões. De acordo com Guasti, os motivos são o cenário de alta de inflação, que deve conter o aumento salarial e terá impacto no poder de compra das famílias, e o maior número de feriados, algo ruim para o setor.
A principal razão para o crescimento é a entrada de novos consumidores, principalmente das classes C e D, explica o executivo. “O crescimento da banda larga móvel entre consumidores emergentes deve contribuir para esse resultado”, afirmou.