No ônibus, carro, banho, antes de dormir, no trabalho… Os podcasts estão cada vez mais populares no Brasil. Pensando nisso, PROPMARK entrevistou Lucas Patrício, diretor e cofundador da GMD, agência de marketing digital que tem na sua estrutura a Half Deaf, uma produtora e publicadora de podcasts.
Entre os grandes sucessos feitos em parceria com a Half Deaf, estão o Projeto Humanos, Anticast e Papo Torto, este último apresentado por PC Siqueira, Gus Lanzetta e Julio Pacheco.
Afinal, como uma marca pode aproveitar essa mídia? “Assim como todos os demais formatos de publicidade, marcas podem se aproveitar da popularidade e alcance de podcasts para promover suas mensagens. A principal diferença dos podcasts, no entanto, é o nível altíssimo de engajamento. A média de retenção de programas com aproximadamente 50 minutos pode chegar até 85%. Em um mercado onde conquistar 5 segundos em um pre-roll já é um desafio, possuir conteúdos com esse nível de engajamento é realmente poderoso e pode ser aproveitado de formas criativas”, esclarece Lucas.
Falando especificamente dos formatos, além dos tradicionais spots, marcas podem patrocinar episódios temáticos, criar quadros especiais e até mesmo estar presente em gravações ao vivo com plateia.
Nos últimos meses, a Half Deaf trabalhou com iFood, Medley, Banco Next e Spotify Brasil – que é parceiro oficial da produtora no Brasil. “No entanto, semanalmente recebemos diversos contatos com pedidos de orçamento de marcas e agências interessadas em produzir podcasts originais e patrocinar programas”, conta Patrício.
No Brasil, o formato mais popular ainda é o de mesa de amigos conversando, popularizado pelo Nerdcast do Jovem Nerd. “No entanto, assim como aconteceu nos Estados Unidos, outros formatos começaram a ser explorados e ganhar popularidade junto com o crescimento do podcast em si. O podcast Serial (This American Life, EUA) é um exemplo de como o formato de storytelling pode ser popular: até o final de 2018, as duas primeiras temporadas alcançaram 350 milhões de downloads, o atual recorde entre todos podcasts”, exemplifica o executivo.
No Brasil, o Projeto Humanos é um case de storytelling. O programa se aproveita de um formato de cauda longa. “Não importa quando você começa a escutar, o conteúdo continua sendo relevante – ao contrário das conversas pautadas muitas vezes sobre notícias e novidades das mesas redondas. Nós acreditamos que existe muito espaço para experimentação em formatos e temas”, explica.
Um dos cases de uma série do Projeto Humanos:
“Ainda há um trabalho importante a ser feito: por podcasts não possuírem o mesmo alcance de outras mídias, marcas e agências precisam adequar seus KPI’s. Comparar CPM, por exemplo, pode ser uma armadilha que impede uma marca de levar sua mensagem em um formato onde o público possui um nível de atenção e retenção muito maior que em outras mídias”, finaliza Lucas.