A lenta recuperação da economia afeta projeções de consumo. O elevado índice de desemprego no país também compromete decisões de compras. Mas há luz no fim do túnel na data promocional de crianças, celebrada no dia 12 de outubro e considerada a terceira do calendário em volume de negócios, atrás apenas da líder, o Natal, e do Dia das Mães.
Pesquisa realizada pelo CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) mostra que 72% dos consumidores devem consolidar compras. Desse universo, 77% são do público feminino. Os itens que encabeçam as listas são roupas e calçados, com 38%, bonecas (37%), aviões
e carrinhos de brinquedo (21%). Um dado importante desse estudo é que para 92% dos entrevistados a publicidade exerce influência nas escolhas dos presentes pelo público infantil. Quem mais atende aos pedidos são adultos entre 35 e 54 anos. Para 91% dos ouvidos as crianças são influenciadas por outras crianças na definição dos seus presentes.
A expectativa é que as vendas somem R$ 9,4 bilhões. O estudo indica que o tíquete médio será de
R$ 187,00 e que 66% pretendem pagar à vista as suas compras. Para 51%, o meio de pagamento é dinheiro vivo. Ninguém quer se endividar, mas também tem a questão dos inadimplentes com nome comprometido nos sistema de crédito, equivalente a 69% da análise.
“As intenções de compras da data servirão de termômetro para o fim de ano, ao trazer as primeiras impressões do que deve ocorrer no Natal, principalmente em um momento que o poder de compra das famílias continua sendo afetado pelas dificuldades econômicas”, pondera Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
Em relação ao PDV ideal, os shoppings lideram a preferência dos consumidores, com 42% das respostas. Talvez por aspectos como segurança, conforto, áreas de alimentação e entretenimento, variedade de lojas, estacionamento e bom store planning. Para 35%, a internet é o canal principalmente pela comodidade. O problema é contar com a entrega na data certa para a gurizada não ficar emburrada. O comércio de rua, como a tradicional 25 de Março e as lojas populares do Brás, ambos em São Paulo, e o Saara, no Rio de Janeiro, é a pedida de 28% da amostra.
Para 80% dos entrevistados, pesquisar antes de consolidar uma compra é primordial, especialmente nas classes C/D (82%), por meio de buscadores como o Google (66%). Os que recorrem aos portais e aplicativos de comparação chegam a 51%. Os sites de ofertas são a opção de 48% do estudo do SPC e CNDL.
Para o Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo e Mercado de Consumo), as compras serão orientadas por apelos mais emocionais. “O racional vai ser usado, mas, diante dos cenários
de incerteza e eleições, o fator emocional vai ter peso. Não deve ser o melhor Dia das Crianças e o consumo tende a ser moderado, bem diferente de quando o varejo registrava crescimento
de dois dígitos. Mas o Dia das Crianças tem esse componente emocional que pode surpreender”, explica Patrícia Cotti, diretora-geral do Ibevar.