O Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar) avaliará em março a denúncia feita por um único cidadão a respeito de campanha supostamente racista, da SPTrans. A peça contra pedofilia foi veiculada no Jornal do Ônibus, que circulou no transporte público da capital paulista, em dezembro passado, e trazia a imagem de um agressor de pele escura assediando uma criança.
Segundo o reclamante, a peça reforça o estereótipo de violência praticada pelos negros, e foi recebida em 21 de dezembro. Na ocasião, a entidade entendeu que não havia necessidade de entrar com uma liminar para suspender a peça. De qualquer maneira, o julgamento sobre o caso está marcado para uma das oito sessões do conselho de ética previstas para março.
Ao PROPMARK, a SPTrans ressalta que repudia atos e manifestações de racismo e que está à disposição para prestar todos os esclarecimentos que forem solicitados pelo Conar. A empresa afirma ainda que compareceu em audiência ao órgão regulador no dia 16 de fevereiro, mas a reunião foi adiada, em data a ser confirmada. No site de campanhas da SPTrans a peça polêmica já não é mais encontrada.
Como o jornal circulou por apenas uma semana, ainda que a SPTrans seja condenada pelo Conar, nenhuma outra punição será tomada. Mas a entidade ressalta que a decisão servirá como jurisprudência. “Se ficar atestado o excesso, e outro anúncio fizer alusão semelhante, o Conar abrirá imediatamente novo processo e concederá liminar suspendendo a campanha por entender que o anunciante está repetindo uma prática já condenada”, informou o órgão por meio de sua assessoria de imprensa.