A morte do jornalista Ricardo Boechat, em acidente de helicóptero ocorrido no início da tarde desta segunda-feira (11), causou consternação no mercado.
Os veículos do Grupo Bandeirantes dedicaram boa parte de sua programação a informações sobre o fato e ao lamento de seus principais apresentadores. A rádio BandNews FM, onde Boechat era âncora das 7h30 às 9h, tendo apresentado inclusive um programa na manhã desta segunda, chegou a sair do ar por alguns minutos, em meio à comoção causada pela notícia. Ele apresentaria, pela noite, o Jornal da Band, na TV Bandeirantes.
Em nota de pesar de seu presidente João Carlos Saad, o grupo lamentou o súbito falecimento de Ricardo Boechat. “Além de um profissional muitíssimo conceituado, premiado e admirado, o Brasil perde um grande homem, pai de seis filhos, avô e amado esposo. A toda sua família, e à família do piloto Ronaldo Quatrucci, transmitimos mais uma vez nossos sentimentos. Estamos todos, funcionários e colaboradores, muito tristes e abalados com esta trágica notícia. Agradecemos as inúmeras mensagens de carinho, tanto dos telespectadores e ouvintes quanto de emissoras e veículos da imprensa nacional e internacional”, afirmou na nota.
O grupo acrescentou que Boechat era uma referência insubstituível para o jornalismo e o Brasil. “Nós, do Grupo Band, perdemos um amigo e profissional que jamais esqueceremos”, lamentou Saad.
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) também lamentou a morte de Boeachat, ‘dono de um estilo inconfundível”. Segundo a entidaade, ele honrou a profissão de jornalista, exercida com ética e compromisso com a verdade dos fatos. “Boechat deixa uma lacuna no jornalismo brasileiro. Sua habilidade em se comunicar com o público é um legado que fica para a história da comunicação do país”, afirmou Paulo Tonet Cmaamago, presidente da Abert.
“Boechat alcançou um nível de maestria em manter a objetividade do bom jornalismo sem deixar de emitir sua opinião. Certamente é uma grande perda para a comunicação brasileira”, destacou Guliver Leão, presidente da Fenaert (Federação Nacional das Empresas de Rádio e TV).
Em nome do CEO Marcus Vinicius Vieira e o presidente Luiz Claudio Costa, o Grupo Record também lamentou profundamente o fato. “Ricardo Boechat, através de seu trabalho, destacou-se como um dos mais importantes jornalistas do país. E a prova deste reconhecimento foi o merecido Prêmio Esso, um dos mais prestigiosos do jornalismo brasileiro, que o profissional recebeu por três vezes. Admirado em sua longa carreira, vai deixar uma legião de brasileiros que diariamente acompanhava suas análises e opiniões. Expressamos nossas condolências aos familiares, amigos e colegas do jornalista e estendemos nossos sentimentos aos parentes do piloto da aeronave, Ronaldo Quatrucci”, disse a Record.
Carreira
Boechat era um dos principais nomes do jornalismo brasileiro. Além do comando do Jornal da Band, ele também era âncora na rádio BandNews FM e tinha uma coluna semanal na revista ISTOÉ.
Filho de um diplomata brasileiro, ele nasceu em Buenos Aires quando o pai servia o Ministério das Relações Exteriores.
Boechat começou a carreira no jornalismo na década de 1970 como repórter do extinto jornal Diário de Notícias. O jornalista também passou pelo O Globo e chegou a ocupar a secretaria de Comunicação Social no governo Moreira Franco. Boechat ainda trabalhou nos jornais O Dia, O Estado de S. Paulo e Jornal do Brasil.
O jornalista venceu o Prêmio Esso em 1989, 1992 e 2001. Foi vitorioso do Prêmio Comunique-se em 2006, 2007, 2008, 2010, 2012, 2013, 2014 e 2017.
Boechat deixa mulher e seis filhos.