Em uma reunião do conselho do Grupo Bandeirantes ocorrida na última quinta-feira (7), composta por cinco membros da família Saad, foi deliberado o afastamento de Johnny da presidência do grupo. De acordo com informações preliminares do site Na Telinha, o placar teria sido 3 a 2, favorável ao desejo das irmãs Márcia, Marisa e Maria Leonor, contrário a Ricardo e Johnny Saad.
Mesmo com a deliberação do conselho, o atual presidente deve continuar exercendo o cargo, uma vez que está amparado por uma decisão do juiz Eduardo Pellegrinelli, que qualquer mudança no comando do grupo altera o acordo de acionistas e deve ser julgado na arbitragem, como determinado em acordo de 2014.
Entre as pautas da reunião elaboradas pelas irmãs Saad, constavam a exigência da demissão de diretores com salários acima de R$ 100 mil e a saída do vice-presidente executivo André Aguera, responsável pela grade de programação de 2018.
Imbróglio
Em setembro, Márcia e Maria Leonor acionaram a Justiça Cível alegando que a administração do irmão era “devastadora” para as empresas do grupo. Na época, elas entraram com um pedido de liminar solicitando o afastamento dele do comando da Band.
A defesa do empresário afirmou que as irmãs “questionam fatos e atos subjetivos, que estão dentro do risco da atividade empresarial e da discricionariedade do administrador.”
Os pedidos foram negados por Pellegrinelli. Na época, ele alegou que a medida alteraria o acordo de acionistas da empresa e que o mérito da questão deveria ser julgado na arbitragem, como determina o acordo. Em dezembro, uma assembleia já teria aprovado a saída de Johhny do cargo, indo contra essa determinação do conselho.
No início do mês, o executivo transferiu para o setor privado, a Câmara do Comércio Brasil-Canadá, o processo movido pelas irmãs e deve ser julgado por três conselheiros da entidade.
João Saad está à frente da companhia desde a morte de João Jorge Saad, há 20 anos. Seu mandato vai até 2026. Procurada pelo PROPMARK, a Band afirmou que não comentará o assunto.