O consumidor brasileiro está mais otimista em relação às compras em 2018, segundo  a nova edição do estudo Global Consumer Insights, da PwC. São 71% aqueles que desejam aumentar ou manter as despesas neste ano, o que reflete o fato de que 49% acreditam que o desempenho da economia será melhor neste ano, eapenas 20% acreditam em piora. 

Diante da perspectiva positiva, após anos de recessão, também é interessante o aumento da propensão das pessoas a fazerem compras pelo mobile: 41% dos brasileiros que utilizam esse meio para efetuar as transações, contra 58% que o fazem pelo PC e outros 61% que vão às lojas físicas. 

Embora tenha crescido o número de brasileiros comprando em lojas físicas (foram 55% no estudo anterior), a PwC notou o aumento da propensão para compras onlines em todas as categorias de produtos. Isso é reflexo de uma maior segurança para se efetuar transações na internet. Em 2015, 47% das pessoas viam a insegurança como obstáculo para uso de smartphone para compras. Esse número caiu para 29%. “As pessoas começaram a perceber que é seguro e confortável fazer o pagamento em serviços mobile como o Uber e demais aplicativos de transporte, por exemplo”, exemplifica Alexandre Horta, diretor de varejo e consumo da PwC Brasil. 

Em geral, o brasileiro perdeu receio de, por exemplo, fornecer sua localização e dados para receber ofertas personalizadas. Apenas 22% são a favor de restringir o compartilhamento de sua posição e 25% tentaram reduzir a quantidade de dados que fornecem na internet. Por outro lado, 56% gostam quando são abordados pelos varejistas com ofertas e 57% não se importam com monitoramento de padrões e históricos de compra.

Vale ressaltar que o crescimento das vendas em lojas físicas, a primeira apontada pelo estudo desde 2013, está atrelado à mudança de perfil dos estabelecimentos, com foco maior na experiência do consumidor. Dos entrevistados, 64% estão satisfeitos com a capacidade de percorrer os corredores das lojas de forma rápida e conveniente, e 62% dizem encontrar vendedores com grande conhecimento e 61% gostam de usar os logins rápidos dos wi-fis. 


Foco em inovação


Da mesma forma que são abertos a oferecer seus dados, os brasileiros demonstram curiosidade por tecnologias que facilitem a compra, em geral. “O consumidor quer mais possibilidades de consumo personalizado, principalmente no comércio eletrônico. O varejo brasileiro tem muito potencial para crescimento e as empresas que apostarem em tecnologias disruptivas, como inteligência artificial, estarão à frente das demais na oferta de produtos e experiências customizadas”, explica Ricardo Neves, sócio da PwC Brasil.

Poucos ainda tem um dispositivo de inteligência artificial como Google Home, ou Amazon Echo. Mas as assistentes pessoais automatizadas, bem como robôs, fazem parte do interesse de 59% de pessoas do país, contra apenas 27% que não tem e não tem interesse em possuir um. Para se comparar, na média global, foram 58% os que se enquadraram na situação de não desejar de forma alguma esse tipo de dispositivo. O Brasil é o segundo país do mundo com mais interesse em inteligência artificial, atrás apenas da China. 

Outra tendência futura, que é o consumo compartilhado, também encontra nos brasileiros um perfil de early adopter. Dividir carros está nos planos de 47% dos brasileiros, contra 38% da média mundial. Outros produtos como equipamentos esportivos (40%), meios de transporte em geral menos carro (38%), calçados (26%) , itens para reforma de casas (25%) e até bolsas de grife (21%) e jóias (21%) e móveis (20%) também têm grande propensão a serem usados de forma colaborativa.

A veia tecnólogica do brasileiro também se mostra na aceitação a entregas via drone. Metade dos entrevistados disse que confiaria no mecanismo para entrega de qualquer produto (25%) ou de um produto de baixo valor (25%). Na média mundial, apenas 38% topariam esse tipo de entrega.

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